Vítimas quebram o silêncio e denunciam agressores

Denúncias de agressão doméstica podem ser realizadas pelo Disque 100 (Foto: Divulgação)
Segundo o escrivão da Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte, Mário Gomes, em 2015, houve redução nos dados de violência doméstica. Segundo ele, isso se deve ao trabalho que vem sendo desenvolvido através da rede de proteção às mulheres, fazendo com que essa violência venha sendo reduzida gradativamente todos os anos.

Conforme Mário Gomes, até mesmo quando a denúncia da violência doméstica ocorre em número maior, o fato é atribuído às mulheres que confiam nessas instituições e registrarem as ocorrências. “Neste ano de 2015, foram instaurados cerca de 450 inquéritos policiais e muitos outros estão em andamento. Registramos apenas um feminicídio (assassinato de mulher). Gostaríamos muito de termos chegado ao final do ano com esse tipo de crime zerado em Juazeiro, mas, infelizmente, tivemos um caso. Porém, um caso dentro de uma cidade com população estimada em 260 mil habitantes, é motivo para dizer que o saldo foi positivo durante o ano de 2015. Mas esperamos que, nos próximos anos, a gente consiga zerar essa estatística”, comenta.

Quanto a outros delitos, conforme o escrivão, os mais registrados naquela delegacia especializada são crimes de ameaças, que ocorrem geralmente quando um casal acaba o relacionamento, o homem que não aceita a situação e começa a ameaçar a ex-companheira, obrigando-a a procurar a Delegacia para registrar a ocorrência. “Esse crime é de ação pública condicionada à representação. A gente só inicia o processo criminal se a vítima realmente representar”. O escrivão acrescenta que o segundo crime mais registrado é o de lesão corporal (agressão física), sendo um delito mais sério, que faz com que a polícia instaure imediatamente o inquérito policial, porque não depende de representação. “Trata-se de um crime de ação pública incondicionada. Temos, ainda, ocorrências de maus-tratos, principalmente contra idosas. Apuramos essas denúncias através do Disque 100”, diz.

De acordo com Mário Gomes, as estatísticas mostram que todos aqueles que praticaram crimes de morte contra mulheres estão atrás das grades. “O autor desse tipo de crime não tem vida fácil e acaba pagando caro pelo ato praticado, passando muitos anos na cadeia”. Com relação aos casos em que a mulher agredida retira a queixa contra o seu agressor, o número chega a apenas 10% das ações em andamento.

Fonte: Jornal do Cariri

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