Paralisação dos professores do Ceará completa 100 dias sem acordo



Com 100 dias de paralisação completados nesta terça-feira (2), os professores da rede pública estadual de ensino decidiram permanecer em greve em assembleia realizada no sábado (30), após rodada de negociação como Governo do Ceará na quinta-feira (28).
Em 16 de maio, a Justiça decretou a ilegalidade da paralisação, determinou que a categoria retornasse imediatamente ao trabalho e instituiu multa diária de R$ 5 mil por cada professor que faltar ao trabalho. O sindicato da categoria recorreu da decisão judicial.
Os professores reivindicam 12,6% de reajuste salarial,  garantia de realização de concurso público, e a revisão da tabela de vencimentos dos funcionários da educação. O reajuste, segundo o sindicato, representa 10,67% de reposição da inflação e 2% de ganho real. No Ceará, são cerca de 13.800 professores efetivos e 10 mil temporários.
De acordo com a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) já foram realizadas cerca de 15 reuniões de negociação e mais de R$ 140 milhões foram destinados para benefícios dos professores, infraestrutura das escolas (reformas e manutenção), alimentação escolar, aquisição de computadores, notebooks para premiar os melhores alunos, entre outras ações.
Segundo o Governo, das 709 escolas na rede estadual, 80% estão em funcionamento normal. Do total de escolas, 30 seguem ocupadas pelos professores grevistas, o que representa  4,2% do total. A secretaria informou que oferece um reajuste para os professores, a partir da lei do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que dá margem de utilização de 80% pra pagar o salário dos professores.
Propostas
Entre as propostas apresentadas pelo Governo na última rodada de negociações, realizada na quinta-feira (28), estão aumento na regência de classe para todos os níveis da carreira para efetivos ativos e aposentados, a partir do vencimento base; reajuste de 5% na remuneração dos professores temporários; criação de gratificação de 5% para orientadores e supervisores (ativos e aposentados); assinatura do Decreto da Descompressão (nova carreira do Magistério); além de promoções com e sem titulação.

Para o professor Anízio Melo, presidente do sindicato Apeoc, com a proposta apresentada pelo poder público há um ganho salarial entre 5% a 11,36% para os professores - com pico de 8,2%, além de outros ganhos especialmente para aposentados, técnicos e supervisores. Esses reajustes e ganhos representam aumento de cerca de R$ 80 milhões na folha de pagamento do magistério.
"Como o Governo já disse que só volta a negociar se a categoria voltar ao trabalho, marcamos uma nova assembleia geral para a sexta-feira, dia 12 de agosto. Enquanto isso, vamos fazer enquetes junto aos professores, especialmente do interior do estado, para saber o que realmente pensa a categoria sobre o fim da paralisação. É preciso que saibamos exatamente que é a favor e quem é contra o retorno às aulas, e esses dois lados precisam comparecer à assembleia para votar".

Fonte: G1

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