Polêmica
Sugestão legislativa, feita por empresário paulista, vai ser discutida no Senado
MC Jefinho Faraó acredita que a proibição causaria revolta
Foto: Divulgação
Criticado por uns e amado por outros, há tempos o funk ocupa o centro de inúmeras discussões. Desta vez, uma sugestão legislativa apresentada em maio por um empresário paulista vem despertando a insatisfação de artistas ao propor a criminalização do gênero musical.
Para virar projeto de lei, a proposta – que já recebeu apoio de mais de 20 mil pessoas – ainda precisa ser aprovada pelo Senado Federal. A sugestão de seu idealizador, o cidadão Marcelo Alonso, é que o funk seja visto como um crime de saúde pública para crianças, adolescentes e família sob o argumento de que os bailes pancadões estimulam o uso, a venda e o consumo de drogas, além de orgias e exploração sexual.
O relator do processo na Comissão de Direitos Humanos do Senado, senador Romário, já se mostrou contrário à proposta e promoverá uma audiência pública para debater o tema. Cantores como Anitta, Valesca Popozuda, Buchecha, MC Koringa e Tati Quebra Barraco foram convidados, assim como o criador da sugestão.
Representante do funk no Espírito Santo desde 1990, MC Jefinho Faraó acredita que criminalizar o estilo estimulará mais revoltas. Para Faraó, o funk não só nasceu nas comunidades, como também gera renda. “Temos funk melody, funk consciente, funk engraçado. O funk é muito mais do que letras pornográficas e mesmo assim quem gosta desse tipo tem o direito de ouvir em lugares reservados. Os bailes já são proibidos nas comunidades e é por isso que surgem os mandelas, como um tipo de revolta”, explica.
Para o professor da Faculdade de Direito de Vitória (FDV), Daury Cesar Fabriz, a proposta esbarrará em princípios constitucionais. “A Constituição estabelece a cultura como um direito fundamental. Cabe ao Estado valorizar a diversidade cultural de nosso país e o funk faz parte disso. Além disso, também é previsto o direito à liberdade de expressão”.
Repercussão entre os artistas
Insatisfação
Após a sugestão legislativa ganhar o apoio de mais de 20 mil pessoas, foi a vez de artistas se manifestarem sobre o assunto, criticando duramente a proposta.
Anitta
Desinformados
Através de suas redes sociais, a cantora Anita se referiu aos assinantes da petição como “desinformados que precisam sair do conforto dos lares para conhecer um pouco do nosso país”.
Geração de renda
Anitta também destacou que o gênero musical gera trabalho e renda. “Tudo ok com o Brasil? Achei que tivesse coisa mais séria pra se preocupar do que com um ritmo musical que muda a vida de milhares.”
Valesca
Retrocesso
Valesca Popozuda classificou a sugestão como um retrocesso.
“O funk é cultura, é trabalho e gera emprego como qualquer outro ritmo. É triste ver o país no caos em que está e as pessoas se preocupando em criminalizar algo que não incomoda ninguém”.
MC Koringa
O lado bom do funk
MC Koringa também repudiou a ideia. “Por que não se fala do bem que o funk faz? Quantas pessoas dependem direta e indiretamente do funk?”.
Romário
Em defesa do funk
Relator da matéria no Senado, o ex-jogador de futebol Romário defende que os crimes cometidos em bailes funk sejam coibidos sem que o estilo musical se transforme em crime. “Como carioca nato e eterno funkeiro, faço questão de defender essa bandeira
G1
Sugestão legislativa, feita por empresário paulista, vai ser discutida no Senado
MC Jefinho Faraó acredita que a proibição causaria revolta
Foto: Divulgação
Criticado por uns e amado por outros, há tempos o funk ocupa o centro de inúmeras discussões. Desta vez, uma sugestão legislativa apresentada em maio por um empresário paulista vem despertando a insatisfação de artistas ao propor a criminalização do gênero musical.
Para virar projeto de lei, a proposta – que já recebeu apoio de mais de 20 mil pessoas – ainda precisa ser aprovada pelo Senado Federal. A sugestão de seu idealizador, o cidadão Marcelo Alonso, é que o funk seja visto como um crime de saúde pública para crianças, adolescentes e família sob o argumento de que os bailes pancadões estimulam o uso, a venda e o consumo de drogas, além de orgias e exploração sexual.
O relator do processo na Comissão de Direitos Humanos do Senado, senador Romário, já se mostrou contrário à proposta e promoverá uma audiência pública para debater o tema. Cantores como Anitta, Valesca Popozuda, Buchecha, MC Koringa e Tati Quebra Barraco foram convidados, assim como o criador da sugestão.
Representante do funk no Espírito Santo desde 1990, MC Jefinho Faraó acredita que criminalizar o estilo estimulará mais revoltas. Para Faraó, o funk não só nasceu nas comunidades, como também gera renda. “Temos funk melody, funk consciente, funk engraçado. O funk é muito mais do que letras pornográficas e mesmo assim quem gosta desse tipo tem o direito de ouvir em lugares reservados. Os bailes já são proibidos nas comunidades e é por isso que surgem os mandelas, como um tipo de revolta”, explica.
Para o professor da Faculdade de Direito de Vitória (FDV), Daury Cesar Fabriz, a proposta esbarrará em princípios constitucionais. “A Constituição estabelece a cultura como um direito fundamental. Cabe ao Estado valorizar a diversidade cultural de nosso país e o funk faz parte disso. Além disso, também é previsto o direito à liberdade de expressão”.
Repercussão entre os artistas
Insatisfação
Após a sugestão legislativa ganhar o apoio de mais de 20 mil pessoas, foi a vez de artistas se manifestarem sobre o assunto, criticando duramente a proposta.
Anitta
Desinformados
Através de suas redes sociais, a cantora Anita se referiu aos assinantes da petição como “desinformados que precisam sair do conforto dos lares para conhecer um pouco do nosso país”.
Geração de renda
Anitta também destacou que o gênero musical gera trabalho e renda. “Tudo ok com o Brasil? Achei que tivesse coisa mais séria pra se preocupar do que com um ritmo musical que muda a vida de milhares.”
Valesca
Retrocesso
Valesca Popozuda classificou a sugestão como um retrocesso.
“O funk é cultura, é trabalho e gera emprego como qualquer outro ritmo. É triste ver o país no caos em que está e as pessoas se preocupando em criminalizar algo que não incomoda ninguém”.
MC Koringa
O lado bom do funk
MC Koringa também repudiou a ideia. “Por que não se fala do bem que o funk faz? Quantas pessoas dependem direta e indiretamente do funk?”.
Romário
Em defesa do funk
Relator da matéria no Senado, o ex-jogador de futebol Romário defende que os crimes cometidos em bailes funk sejam coibidos sem que o estilo musical se transforme em crime. “Como carioca nato e eterno funkeiro, faço questão de defender essa bandeira
G1