Cresce número de matrículas de jovens e adultos na região do Cariri



Soiane Pereira está em fase de conclusão do Ensino Médio, aos 21 anos, depois de ter abandonado os estudos para focar sua atenção na gravidez do filho. Ela integra grupo de mais de seis mil pessoas nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, que busca concluir etapas dos estudos interrompidos pelos mais variados motivos.
Eles encontram suporte no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), que mantém uma unidade em cada uma das três cidades. Esta modalidade de ensino oferta escolarização para pessoas com idade mínima de 15 anos para conclusão de Ensino Fundamental e 18 para o Médio.

Depois de se matricular, os estudantes assistem a uma aula inaugural, recebem livros e passam a estudar de forma semipresencial. “O aluno estuda em casa e recebe orientações na escola, antes de fazer a prova”, explica a secretária do Ceja em Juazeiro, Ana Lúcia Vieira. “Quem tiver 15 anos e não tiver concluído o Fundamental e 18 e não tiver finalizado o Médio, pode realizar a matrícula”.

O perfil de estudantes é formado, na sua grande maioria, por jovens que não conseguiram concluir os estudos em escola regular. “Nosso público-alvo é aquele aluno que não teve oportunidade de frequentar a escola diariamente”, conta a diretora do Ceja em Crato, Neyla Brito. “Tem muita gente que deixa de estudar porque acha que não tem mais oportunidade, espaço nas escolas ou que já está fora de faixa, mas aqui não”.

Novos métodos

Próximo de concluir o ensino fundamental em escola regular, Thiago Anderson precisou interromper os estudos e, ao retomá-los, optou pelo Ceja. Ele conta que a decisão partiu da atenção que encontrou dos professores. Aos 18 anos, pretende concluir o ensino médio e tentar a carreira militar por meio de concurso público.

Essa atenção de que Thiago fala faz parte de outra metodologia, diferente da escola regular, citada por professores do Ceja. Segundo o educador Fernando Morais, enquanto alunos da Educação de Jovens e Adultos conciliam estudos com trabalho e outras atividades, estudantes do ensino regular possuem rotina mais rígida em relação a horários e outros aspectos. “Com isso, nossos métodos têm que ser diferentes. Temos que nos preparar para receber uma diversidade de alunos, cada um com uma história diferente”, afirma Fernando.

(Jornal do Cariri)

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