Moradores reclamam de infestação de caramujos na zona rural de Barbalha

A espécie se esconde em meio a pedras e folhas, e tem hábitos noturnos. Moradores da zona rural de Barbalha, no Sítio Santana, reclamam da infestação de caramujos que ocorre na localidade desde o final do ano de 2017. Segundo eles, os animais destroem as plantações de pequenos produtores rurais e causam preocupação por transmitirem doenças. Eles dizem que fazem o que podem para conter a praga.
"Essa praga que surgiu desde o ano passado e se estende até este ano, vai se proliferando e acabando com muitas plantas, inclusive até roça", declara o morador José Benício, que se diz surpreso com a quantidade de caramujos que, inclusive, invadem as residências. Ele pede ajuda da prefeitura e dos órgãos competentes para combater a invasão destes animas.
À noite, segundo outros moradores, é o período que os moluscos costumam aparecer em maior número, o que não há como controlar, visto que se proliferam muito rápido, principalmente, em locais de mangue, riachos ou açudes. "A gente queima, enterra, põe sal, põe veneno, mas a gente mata 20 e chegam 30, isso preocupa até a nossa saúde", afirma o morador Mazinho.
De acordo com o biólogo Alisson Pinheiro, o calor e a umidade são fatores que atraem esta espécie de caramujo, o Caramujo-gigante-africano, que foi introduzido no país na década 1980, para ser comercializado como uma iguaria equivalente ao Escargot, um molusco muito apreciado na culinária de vários países.
Como eventualmente isso não aconteceu, sem um predador natural e se reproduzindo descontroladamente, o caramujo hoje é grande causador de transtornos em todo o país por devastar plantações de frutas e transmitir doenças. As principais doenças causadas pelo caramujo são a esquistossomose, conhecida como barriga d'água, meningite eosinofílica e a estrongiloidíase.
Entramos em contato com a secretaria regional de Vigilância Sanitária, com sede em Juazeiro do Norte, e com a Prefeitura Municipal de Barbalha para obter maiores esclarecimentos sobre o caso, mas nossas ligações não foram atendidas.
Em contato com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com sede em Crato, a analista ambiental da Área de Proteção Ambiental (APA), Flávia Domingos, informou que tem interesse em investigar o caso na localidade, para entender o motivo desta proliferação em uma zona onde o clima predominante é o semiárido, onde geralmente não é o habitat ideal para esta espécie se reproduzir em grandes quantidades.    (Portal Badalo)
FOTO: Redes sociais

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