Maioria dos adolescentes assassinados no 1º semestre de 2019 no Ceará é negra e morador de periferia


As estatísticas apontam uma realidade trágica que, diariamente, vitimiza adolescentes no Ceará. Com base nos números dos boletins diários da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o portal de notícias G1 fez um levantamento e contabilizou que, pelo menos, 71 adolescentes de 13 a 17 anos de idade foram mortos no estado no primeiro semestre deste ano.

O número é menor do que o de igual período de 2018, quando morreram 208 adolescentes dessa faixa etária. Apesar da redução de 66%, os índices mostram que o fim precoce de uma juventude ameaçada é rotineiro. Na lista das 278 vítimas desde o ano passado, há nomes e sobrenomes populares no Brasil: foram mortos 30 Franciscos e 82 Silva.

De todas as mortes, 95% aconteceram com uso de uma arma de fogo. O perfil do adolescente que mais morre no Ceará é o do negro, morador de periferia, com problemas familiares e que já estava há mais de seis meses fora da escola; 85% eram homens. A adoção de políticas públicas eficientes é passo primordial para reduzir os assassinatos.

Especialistas apontam que dentro do círculo familiar ou de amizade da vítima, costuma ter um irmão, amigo ou primo que também foi assassinado. Assim, o crime é retroalimentado. O Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência destaca 12 recomendações para mudar essa realidade.

Entre elas, então, o apoio e proteção às famílias vítimas de violência e ampliação de programas e projetos a adolescentes vulneráveis ao homicídio. Lista com 12 recomendações do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência Apoio e proteção às famílias vítimas de violência Ampliar programas e projetos a adolescente vulnerável ao homicídio Qualificação urbana dos territórios vulneráveis aos homicídios Busca ativa para inclusão de adolescentes no sistema escolar Prevenção à experimentação precoce de drogas e apoio às famílias Mediação de conflitos e proteção a ameaçados Atendimento integral no sistema socioeducativo Oportunidades de trabalho e renda Formação de policiais na abordagem ao adolescente Controle de armas de fogo e munições sem violações de direitos Responsabilização dos homicídios(*)

Informações do G1.

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