Estudante baiana desenvolve óleo com folhas de eucalipto para substituir agrotóxico


Uma estudante baiana desenvolveu um óleo feito com folhas de eucalipto para substituir agrotóxicos utilizados nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, entre outros.

Cátia dos Santos Libarino, mestranda em Ciência Florestal na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), começou os experimentos com o objetivo de substituir um tipo de agrotóxico a longo prazo. Os testes já foram realizados em laboratórios com um fungo.

A jovem, que costumava a observar o crescimento de um fungo nas folhas de pé de macadâmia, conhecida como uma das nozes mais saudáveis, aproveitou três tipos de eucalipto para produzir o óleo.“É um fungo que ataca plantações frutíferas principalmente. Ele causa manchas foliares, e isso favorece a queda prematura das folhas, influenciando diretamente na comercialização da noz, que é o produto comercial de maior valor”, explicou Cátia.

O projeto que tem parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba) é orientado pela professora doutora em farmácia, Patrícia Baier Krepsky. “A ideia é desenvolver alternativas ao uso dos agrotóxicos. Nessa pesquisa nós extraímos o óleo essencial de várias espécies de eucalipto e fizemos também um extrato aquoso com essas diversas espécies, para fazer uma comparação em relação ao efeito fungicida e fungistático. Ou seja, um efeito no sentido de matar e diminuir o crescimento de fungos”.

Segundo Patrícia, é uma oportunidade para que os pequenos produtores aproveitem as folhas descartadas e as tornem úteis para aumento de receitas e parcerias com extratores de óleo.“Ele pode aproveitar das próprias folhas que são descartadas, porque muitas vezes o comércio das florestas é muito voltado para a comercialização das madeiras, e as folhas são descartadas.

A utilização das folhas promoverá aumento de receitas, parcerias com extratores de óleo, e o pequeno produtor pode utilizar as próprias plantas que já estão na propriedade para utilizar o óleo para controlar as doenças da propriedade”, explicou a doutora.O professor de Cátia Libarino, Dailton Longue Junior, doutor em Ciência Florestal, informou que os próximos passos para a pesquisa são os testes em estufa ou campo.

“Como todo o trabalho de Cátia foi realizado em laboratório, agora o próximo passo seria desenvolver experimentos em estufa ou até mesmo em campo, com mudas, para ver se as eficiências observadas em laboratório seriam repetidas em campo e, se não forem, quais são as novas dosagens e formas de aplicação para o óleo”, disse o doutor.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou uma pesquisa em 2017 e descobriu que foram usados no Brasil 540 mil toneladas de agrotóxicos. Foram 50% a mais em comparação com 2010.

Fonte : g1.com

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