Cariri teve 47 casos de calazar em 2019; cinco mortes foram registradas


FOTO: Cecília Bastos A Leishmaniose Visceral, conhecida como calazar, é uma zoonose (doença transmitida por animal) de evolução crônica, ou seja, que fica por meses no corpo humano, e que acomete todo o corpo. Se não tratada, pode levar à morte em até 90% dos casos. 

No Cariri, em 2019, foram registrados 47 casos da doença e cinco óbitos, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado. Mauriti e Várzea Alegre tiveram duas mortes cada e o Crato, uma. 

A doença é transmitida ao homem pela picada do mosquito palha ou birigui e não é contagiosa, nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão ocorre apenas através da picada do mosquito infectado. 

A Leishmaniose visceral tem como sintomas no homem a febre intermitente, fraqueza, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios e diarreia. Nos animais, os sinais do calazar são emagrecimento, apatia e feridas na pele que não cicatrizam. 

Nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem. Apesar de o calazar ser mais comum em cães, também podem ser atingidos pela doença gatos, ratos, raposas e gambás. 

O animal infectado precisa ser medicado e receber acompanhamento veterinário a cada quatro ou seis meses. Existe vacina de prevenção da doença, mas ela só é oferecida em âmbito particular. Cada dose custa em média entre R$ 150 e R$ 160 e o animal precisa renovar a vacina anualmente para estar sempre protegido contra a doença. 

Outro modo de proteger seu animal do calazar é mantê-lo com coleira que contenha produto repelente. 

Ações do Estado 
Uma das ações que vem sendo desenvolvidas pelo Estado é a elaboração dos Planos Municipais de Ação nos cinco municípios prioritários de transmissão muito intensa e alta, que são Barbalha, Juazeiro do Norte, Fortaleza, Caucaia e Itapipoca. 

Kellyn Cavalcante, assessora técnica da Vigilância epidemiológica da Sesa, afirma que, em outubro de 2019, a Sesa lançou um Plano de Ação para Intensificação da Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral no Estado. O documento consolida as principais linhas de ação para fortalecer a vigilância e tem como objetivo reduzir a mortalidade pela doença no Ceará até 2022, mediante o fortalecimento do diagnóstico, tratamento, reabilitação, prevenção, vigilância e controle. 

Leishmaniose Tegumentar 
Além da Leishmaniose Visceral, exite a Leishmaniose tegumentar, que é uma doença infecciosa que acomete o homem e provoca úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores (nariz e boca). Ela é transmitida da mesma forma que o calazar, também não sendo contagiosa. Da Leishmaniose tegumentar foram registrados 118 casos no Cariri em 2019 e nenhuma morte. 

Orientações para prevenir a doença:

– Manter os animais com coleiras que contenham produto repelente

– Realizar o exame sorológico no animal a cada seis meses, pelo menos

– Evitar levar os cães para passear em matagais no final da tarde; o mosquito prefere os horários do fim da tarde e amanhecer – Vacinar os cães contra a doença, se possível

– Manter os canis telados

– Manter áreas externas e quintais limpos, recolhendo folhas e evitando umidade

(Fontes: O Povo e Badalo)

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