Registros oficiais de coronavírus no Brasil representam apenas 8% do número de casos, aponta estudo


Os números oficiais de confirmações, casos suspeitos e óbitos em decorrência da infecção pelo novo coronavírus, a Covid-19, no Brasil representam apenas 8% dos números reais dos efeitos da nova doença na população. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 13, como resultado de um estudo desenvolvido pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Segundo o levantamento, os índices verdadeiros deveriam ser 12 vezes maiores do que os números reportados pelo Ministério da Saúde (MS) e poderiam já estar beirando os 300 mil casos. O atual número oficial de casos confirmados é de 23.430 e 1.328 mortes pela nova doença, segundo Ministério da Saúde divulgou na tarde desta segunda.

De acordo com a nota técnica divulgada pelo núcleo responsável pela pesquisa, “o elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, levar ao declínio da implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal”. A pesquisa ainda afirma que como a propagação da doença evolui de forma diferente do número de casos, e varia de região para região do País, a estimativa de os números reais aos relatados pode ser ainda mais desproporcional.

O estudo foi concluído no dia 11, e aponta que dentre os perigos da subnotificação dos índices da nova doença no país está uma análise falha das medidas de enfrentamento que precisam ser adotadas para combater a Covid-19.

Os pesquisadores reforçam a necessidade de uma política de testagem em massa da população, pois, de acordo com os apontamentos do estudo, somente com um grande grupo de análise poderá ser possível gerir com maior clareza os recursos hospitalares. Um sistema de testagem mais eficaz também iria permitir uma melhor implementação das ações de contenção do vírus por meio do isolamento social, com menor impacto na economia do Brasil, segundo a pesquisa.

(Foto: KARIM SAHIB / AFP)

FONTE: O POVO

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