Secretaria da Saúde do Ceará prevê a suspensão de 5.149 cirurgias eletivas


“Me telefonaram avisando que a cirurgia estava sendo adiada para uma nova data por causa da pandemia”, lembra Lúcia Carvalho, que tinha agendado um procedimento de retirada do útero para março. Assim como a vendedora, um total de 5.149 intervenções eletivas serão suspensas no Ceará até o próximo dia 20 de abril, quando completa um mês da Portaria 2020/295.

A medida tem o objetivo de evitar o acúmulo de pacientes em leitos hospitalares junto aos diagnosticados por Covid-19.

O Ceará ultrapassou as cem mortes de infectados pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) nesta segunda-feira (13). Até as 17h15, a plataforma IntegraSUS acusava 101 óbitos em decorrência da Covid-19 no estado. Além disso, foram confirmados 1.935 casos de contaminados pelo agente infeccioso. Fortaleza, que concentra a maioria dos registros, chegou a 1.686 casos confirmados da doença.

O documento publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) determina a suspensão de “cirurgias eletivas plásticas, bariátricas, tireoidectomias não neoplásicas, fundoplicatura gástrica, reconstrução de trânsito, hemorroidectomias, ortopédicas, hiperplasia benigna da próstata, cálculos renais não obstrutivos e sem comprometimento da função renal, adenoamigdalectomia, septoplastia, herniorrafia inguinal ou incisional e colelitíasa e assintomática”.

Esses procedimentos não têm caráter de urgência e emergência, conforme a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Dessa forma, toda a rede pública foi orientada a adiar cirurgias, a exemplo do Hospital Geral de Fortaleza, Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), Hospital de Messejana e Hospital Dr. César Cals, que têm a maior concentração de demandas.

Lúcia Carvalho seria operada no dia 21 de março. A vendedora já havia feito todo os exames do pré-operatório quando recebeu a notícia. Para ela, a suspensão foi benéfica em virtude do atual cenário de contaminação pelo coronavírus. “Eu achei ótimo, porque ser submetida a uma cirurgia no meio dessa doença, seria muito arriscado para mim”, diz.

Segundo a Portaria, apenas cirurgias oncológicas ou aquelas que o adiamento possa resultar em risco de agravamento do quadro clínico do paciente poderão ser realizadas.

Atendimentos ambulatoriais

Ao mesmo tempo, a Secretaria também suspendeu atendimentos ambulatoriais eletivos no Estado. Considerando os 30 dias de reclusão domiciliar, são esperados que 23.423 atendimentos dessa natureza sejam adiados no Ceará. No entanto, a medida vale somente para novos pacientes.

“O novo paciente que foi no Posto de Saúde, pediu para ir no dermatologista e era a primeira vez que ele estaria no HGF, a gente não manteve a consulta. Os novos, neste momento, não têm acesso. As consultas que já são rotineiras dentro dos ambulatórios, retorna de acordo com a necessidade”, explica a Secretária Executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional da Sesa, Josenília Gomes.

Ainda de acordo com a gestora, não há prazo para a regularização das cirurgias. “Nós estamos iniciando a curva. E aí devemos ter dois meses de bastante dificuldade. Depois desse período, a gente vai restabelecendo pouco a pouco, porque também se as nossas unidades estiverem lotadas de Covid-19, não tem como fazer cirurgia eletiva em um paciente que vai correr o risco de sair num pós-operatório e adquirir o vírus”, declara.

FONTE: G1 CEARÁ

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