Ações preventivas alertam para o cuidado com a dengue no Cariri


Nos últimos dias os cuidados e notícias voltaram-se à Covid-19. Porém, as arboviroses acometem o Estado desde os anos 80 e, mesmo décadas depois, ainda atingem várias cidades cearenses. Apenas entre janeiro e março deste ano, foram registados 816 casos de dengue, 47 de chikungunya e três de zika vírus. Não houve, até março de 2020, óbitos pelas doenças.

Em relação aos casos confirmados no mesmo período em 2019, o Estado teve uma redução de 37,6%, segundo dados da Secretaria da Saúde (Sesa). Mesmo com a baixa, a Sesa aponta que a população precisa estar em aleta para impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, já que o período chuvoso contribui para a eclosão dos ovos do mosquito e, consequentemente, expõe mais pessoas ao risco de infecção.

No Cariri, no início deste ano, foram contabilizados 76 casos de dengue e 5 de chikungunya. A incidência maior é na 19ª CRES, com destaque para a cidade de Milagres, que registrou 26 casos, e Brejo Santo, com 20 casos. Não houve, segundo dados da Secretaria da Saúde, casos de zika vírus na região.

Apesar de a maioria dos municípios do Cariri terem baixas incidência de arboviroses, Milagres preocupa no registro de dados, justamente por ser a única a apresentar altas incidências (acima de 300 casos por 100 mil habitantes) na região.

Quanto aos casos graves, até o momento foram confirmados 21 de Dengue com Sinais de Alarme no Ceará. Deles, dois estão em Brejo Santo, dois em Crato e os municípios de Barbalha, Caririaçu, e Mauriti com um caso cada.

Sintomas
Independentemente da infecção entre os quatro sorotipos da dengue, é comum o aparecimento de sintomas da doença. Os principais, segundo a Sesa, são:

Febre alta (maior que 38.5ºC)
Dores musculares intensas e ao movimentar os olhos
Mal-estar
Falta de apetite
Dor de cabeça
Manchas vermelhas no corpo
A Secretaria de Saúde do Estado orienta que quem apresentar algum desses sinais, deve procurar o posto de saúde ou a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA) mais próxima de casa.

Prevenção
O Ministério da Saúde alerta que a melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas. Também é recomendada a manutenção de calhas, instalação de telas em ralos e que mantenham caixas d’água e outros depósitos bem vedados.

Ações de combate a arboviroses no Cariri
Em várias cidades do Cariri, as gestões municipais vem promovendo a circulação de carros fumacê pela cidade para eliminação de mosquitos da dengue. No entanto, a medida não mata larvas e ovos, atingindo apenas mosquitos na fase adulta, sendo necessária a colaboração dos moradores para que a eliminação da doença seja efetivada.

Em mensagem nas redes sociais, o Prefeito de Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra, pede para que a população mantenha portas e janelas abertas no momento da passagem do carro fumacê. “Por favor, quando o fumacê for passar em sua rua deixe portas e janelas abertas, para que as partículas do inseticida possam adentrar e matar os mosquitos que estiverem no seu domicílio”, diz a mensagem, afirmando também que “ele [o inseticida]tem odor de menta, não é corrosivo, não oxida e não traz nenhum mal à saúde. A eficácia dele é de 98%”.

A cidade de Brejo Santo, segunda do Cariri em casos de dengue, afirma que também tem tomado medidas de prevenção esse primeiro trimestre de 2020, e que além do fumacê, vem organizando mutirões nas localidades de maior número de notificações, intensificação dos trabalhos rotineiros com hora extra aos sábado, bloqueios focais de acordo com as notificações e micro mutirões realizados pelas próprias Equipe de Saúde da Família e pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), além de ações de abordagem do tema em meios de comunicação e panfletagem.

Na cidade, há também em andamento um projeto de criatório de piaba em cativeiro em parceria com a UFCA campus Brejo Santo e distribuição de peixes para a população direta e pelos ACSs.

Último ano
Durante todo o anos de 2019, foram contabilizados, até 28 de dezembro, 15.110 casos de dengue no Ceará, resultando em 13 óbitos, 1.060 casos de chikungunya e 23 de zika vírus, sendo três deles em gestantes.

Por Lícia Maia
Foto: Honório Barbosa.

FONTE: SITE BADALO

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