Chefe de facção e advogada viram réus por ordenar ataques no Ceará


A Vara de Delitos de Organizações Criminosas, da Justiça Estadual do Ceará, aceitou a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), no último dia 14 de abril, contra um homem apontado como chefe de uma facção criminosa cearense, uma advogada e outras 21 pessoas.

Ednal Braz da Silva, conhecido como ‘Siciliano’, virou réu pelos crimes de organização criminosa, incêndio, dano e tráfico de drogas. Enquanto a advogada Elisângela Maria Mororó virou ré apenas por organização criminosa. Os outros réus respondem por esses mesmos crimes e também por porte ilegal de arma de fogo, conforme a participação individual.

A defesa da advogada não comentou a decisão da Justiça até a publicação desta matéria. Os advogados dos outros réus não foram localizados.

O grupo criminoso é acusado de ligação com a série de ataques a bens públicos e privados no Ceará, ocorrida em setembro de 2019, que teria sido ordenada por ‘Siciliano’, mesmo estando preso em Limoeiro, Pernambuco. Foram cerca de 100 ações criminosas registradas e 150 suspeitos capturados pelas Forças de Segurança.

As investigações da Polícia Federal (PF) e do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, também descobriram que a facção planejava os assassinatos dos secretários da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), André Costa, e da Administração Penitenciária do Ceará (SAP), Mauro Albuquerque.

Além disso, a facção tramava o resgate de presos do Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado em Itaitinga, na Grande Fortaleza. O plano criminoso contaria até com o apoio de uma facção rival, de origem carioca.

“Vão tudo como [policial]federal e como agente [penitenciário] e com ofício de transferência… Depois vou pegar a lista e lhe mando ok… Já compramos os carros e mandamos envelopar [adesivar]”, avisou ‘Siciliano’ a outro réu.

A descoberta dos planos criminosos se deu a partir da apreensão de telefones celulares que ‘Siciliano’ mantinha dentro do cárcere, na Operação Torre, deflagrada em 26 de setembro do ano passado, e da extração dos dados desses aparelhos autorizada pela Justiça.

Em uma das conversas interceptadas, ela afirma que outro plano criminoso, de explodir a Arena Castelão, em Fortaleza, durante um show de forró, renderia grande repercussão, sendo digno de notícia internacional.

Elisângela foi presa em flagrante no dia 13 de novembro de 2019, no Município de Catarina, na posse de drogas e uma arma de fogo. Mas no último dia 26 de março, foi solta pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), por ser “indispensável aos cuidados de sua mãe, portadora de deficiência” e porque “goza de condições pessoais favoráveis, tais como residência fixa, ocupação lícita e, ao que se tem, é (ré) primária”.

Foto: Camila Lima

FONTE: G1 CE

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