Duas universidades cearenses oferecem acesso à internet para alunos em vulnerabilidade social


Com o objetivo de retomar as atividades do semestre de forma remota, a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Instituto Federal do Ceará (IFCE) vão comprar pacotes de conectividade à internet para os estudantes em situação de vulnerabilidade social no Estado.

A UFC contratará 6 mil pacotes de dados para os estudantes e distribuirá cerca de 400 computadores nos campi de Fortaleza e interior do Ceará. Já o IFCE realiza um pregão para a compra de 20 mil chips com acesso à internet que serão distribuídos aos alunos que têm dificuldades de conectividade.

As instituições de ensino ainda não explicaram como devem fazer essa distribuição entre os alunos. Em maio, a UFC disponibilizou um questionário que foi respondido por 10.069 estudantes, 996 docentes e 328 servidores técnico-administrativos da instituição. Os resultados trazem dados sobre conectividade. De acordo com a pesquisa, 65% tinham a própria casa como principal local de acesso à internet.

Este plano de retomada da UFC faz parte da proposta pedagógica de emergência (PPE), que tem como objetivo trazer mecanismos de reposição de aulas rumo à conclusão do semestre 2020.1, gradativamente, a partir de julho. Já que “não há perspectivas, em curto prazo, de retorno com segurança de 100% das atividades presenciais devido à Covid-19”, pontua a universidade.

A UFC também oferece, neste mês, aos estudantes, servidores docentes e técnico-administrativos cursos, oficinas e lives sobre novas tecnologias educacionais. O objetivo é que os professores aprendam a replanejar e adaptar o programa das disciplinas para o ambiente virtual . As atividades tiveram início nesta terça-feira (2).

O IFCE afirmou, em nota, que a instituição está fazendo um planejamento “para levantar as condições de cada unidade no que diz respeito ao retorno às atividades. Cada campus tem até o dia 12 para entregar um plano de retorno remoto, de forma gradual, considerando a realidade de cada região”, esclarece.

O Instiuto Federal não tem uma previsão para o retorno presencial das atividades. “O Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus no IFCE segue trabalhando na elaboração de documentos e normas necessários para nortear as ações de prevenção no âmbito do Instituto. Os profissionais da saúde do IFCE estão na linha de frente deste trabalho”, explica.

O Ceará é um dos estados mais afetados pela pandemia de coronavírus, com mais de 60 mil pessoas infectadas e mais de 3,8 mil óbitos.

Outras universidades se posicionam
A Universidade Federal do Cariri (UFCA) explicou que está em estudo a viabilidade de adaptar o orçamento da UFCA, tanto para a compra de pacotes de internet como para reforçar o Auxílio Inclusão Digital. “Nos cenários que demandem conexão à internet e equipamentos, está em estudo a viabilidade de adaptar o orçamento da UFCA”, informou em nota.

“Assim, decidir pelo retorno (ou não) é uma prerrogativa exclusiva do Conselho Universitário (Consuni/UFCA), e os debates na instituição devem perdurar pelos próximos meses (o que servirá para a confecção de um planejamento), antes de uma decisão definitiva do Conselho”, finalizou.

Já a Universidade Estadual do Ceará (Uece) destacou que, após a suspensão das atividades presenciais, as aulas de diversos cursos tiveram continuidade no formato remoto, possibilitando a finalização de muitas disciplinas do atual semestre letivo. Nas situações em que as aulas remotas não foram possíveis, a universidade deve estabelecer um novo prazo para a conclusão.

A Uece criou o Grupo de Trabalho para enfrentamento à pandemia do coronavírus na Uece e o Grupo de Trabalho Acadêmico com o intuito de discutir as políticas e ações no âmbito acadêmico, diante das consequências da pandemia de Covid-19.”Os dois GTs criados pela Uece estão juntos no processo de elaboração de um Plano de Retorno que garanta a preservação da saúde de toda a comunidade universitária, sendo o GT Acadêmico responsável por discutir os impactos acadêmicos das propostas de retorno”, destacou em nota.

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) não tem planos de retornar às atividades de forma remota já que “42% dos alunos não dispõem de acesso a internet. Um projeto foi enviado ao MEC para obtenção de recursos para aquisição de equipamentos e combos de internet para atender estes alunos que não possuem acesso”, apontou em nota.

Foto: Reprodução
Fonte: G1 CE

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