Indicadores econômicos do Ceará apontam para recuperação da crise


Após pouco mais de quatro meses do início da reabertura gradual da economia cearense, os principais indicadores econômicos do Estado já estão praticamente nos mesmos patamares do período anterior à crise. Em agosto, o IBCR-CE, índice que mede a atividade econômica do Ceará, ficou 0,3% acima do nível pré-pandemia (média de janeiro e fevereiro), segundo o Boletim Regional do Banco Central (BC), divulgado ontem (13). 

No trimestre terminado em agosto, o índice registrou um crescimento de 8,3%, na série com ajuste sazonal, “repercutindo melhora dos indicadores de comércio e indústria e certa acomodação nos serviços”, diz o BC. Segundo a instituição, os impactos da crise associada ao coronavírus no Estado foram iniciados em março, com consequências sobre a produção, o emprego e o consumo, e duraram até junho, quando foi iniciado o plano de flexibilização das atividades econômicas. 

“A retomada continuada permitiu recuperação da produção industrial, do comércio e, em menor magnitude, do setor de serviços, com consequente reflexo na arrecadação estadual e favorecendo a recuperação da atividade econômica”, diz o BC.

Na avaliação do economista Ricardo Eleutério, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), o plano de reabertura no Estado foi determinante para a retomada. “A recuperação no Ceará se deve, em grande medida, ao plano de abertura gradativa da economia, realizado por um grupo de trabalho formado pelo Governo do Estado com diversos setores. Isso foi muito importante nesse momento. Não vi outro estado adotando essa mesma estratégia”, diz. 

Setores De acordo com o documento, as vendas do comércio ampliado tiveram alta de 9,5% em agosto ante julho. E as vendas com cartão de débito registraram alta de 1,6% na comparação da média de quatro semanas terminadas em 20 de outubro com a das quatro semanas imediatamente anteriores. Também houve elevação em setores como o de restaurantes, hotéis e similares (14,0%), vestuário e calçados (7,0%), cabeleireiros e outros serviços pessoais (6,8%) e postos de combustível (4,4%), influenciado pelo aumento da mobilidade aliado ao auxílio emergencial (58,7% das famílias do estado receberam em comparação aos 43,6% no país). 

Apesar da recuperação no Estado, Ricardo Eleutério diz que a inflação preocupa. “A inflação em Fortaleza tem ficado acima das outras regiões pesquisadas”. O IPCA da Região Metropolitana de Fortaleza registrou inflação no trimestre finalizado em setembro de 1,55%, patamar superior ao registrado no País (1,24%) e no Nordeste (1,35%), sobretudo, em decorrência de aumento mais acentuado dos preços livres na RMF, 1,12%, com destaque em cuidados pessoais e consertos e manutenção.

FOTO: José Leomar

Fonte: Diário do Nordeste

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