Apesar da pandemia, dona de casa juazeirense oferece lanche e doa cestas básicas a garis no Natal


Nesta véspera de Natal, uma iniciativa de uma dona de casa juazeirense chamou a atenção em Juazeiro do Norte. Apesar da situação pandêmica da Covid-19, ela decidiu seguir com a ideia que faz todos os anos, em pedir ajuda aos vizinhos para oferecer aos coletores de lixo (garis), que trabalham na limpeza urbana da cidade, um momento de confraternização com eles. Este ano, porém, a ajuda também contemplou a doação de cestas básicas aos garis, dos quais ela chama de “amiguinhos”.

A moradora Maria Eliane de Souza diz que já fazia esta iniciativa quando morava em Carapicuíba, no interior de São Paulo. Há cinco anos ela decidiu voltar a morar Juazeiro do Norte e consigo trouxe a mesma ideia de poder ofertar um Natal especial para estes profissionais, que muitas vezes tem sua profissão desvalorizada.

“Como de costume todo ano eu faço a caixinha de Natal dos meus amiguinhos, que é como eu chamo os garis. Este ano eu pensava que não conseguiria fazer, que iria escutar muitos nãos, que não ia dar certo por conta de tudo isso que está acontecendo. Só que na última terça-feira um dos garis passou aqui em minha rua e eu estava na porta de casa, ele chegou para mim perguntando se este ano daria certo eu os ajudar novamente, e aquilo me tocou, pois eu não queria fazer esse ano devido toda essa questão. Eu já escutei muitos nãos das outras vezes, e logo pensei que este ano não seria diferente. Naquele momento senti uma tristeza, mas fui tomada por uma empolgação de tentar novamente”, conta a dona de casa.

Ela decidiu fazer esta iniciativa logo que chegou, em 2015. Passando dias antes na casa dos vizinhos, no bairro José Geraldo da Cruz, pede contribuições em dinheiro e fala sobre o projeto que começou em Carapicuíba. Eliane falou que nos primeiros anos, como a contribuição era pouca, não podia ofertar muito e também alguns não queriam ajudar os garis. Hoje, surpreendentemente conseguiu doar mais que nos outros anos.

“Peguei meu papelzinho, minha caneta, esse ano resolvi me vestir de mamãe Noel e fui de casa em casa, e só ganhei elogios e parabéns. Foram contribuições de R$ 5, R$10, R$ 1,50, e recebi tudo com amor. Para mim foi muito gratificante, estou muito feliz pois não via a hora de chegar o momento de entregar para eles. Nos outros anos dava entre R$ 180, R$ 170, e este ano deu um pouquinho a mais, mesmo com aqueles que não abriram suas portas, estão viajando ou a casa está fechada”, completa.

Ao todo, foram arrecadados R$ 200,20, que ela distribuiu entre os profissionais que comparecem em sua casa. Durante estes anos que realiza a iniciativa, Eliane faz o momento sempre na manhã do dia 25, no feriado de Natal. Este ano ela decidiu fazer um lanche às vésperas, na tarde desta quinta-feira (24), ofertando um lanche. Nisso também pode fazer algo que não havia conseguido nos outros anos, que era doar cestas básicas para os seus amiguinhos.

“Tenho um primo que mora em São Paulo e ele veio visitar a mãe, e aí ele estava com esse pensamento no coração dele, de doar cestas básicas para pessoas carentes aqui em Juazeiro do Norte. Minha irmã combinou com ele, para que eu pudesse entrega-las. Ele me perguntou quantas eu queria, e falei que queria de quatro a cinco. No dia seguinte ele veio deixar. Antes de virem, já falei para os meus amiguinhos que eles teriam uma surpresa a mais, mas não disse o que era. As cestas são simples, mas é de coração”, diz Eliane.

Todo ano a dona de casa tira uma foto com os trabalhadores junto aos demais vizinhos e sempre guarda os registros para poder levar nos anos seguintes, como uma forma de provar que a iniciativa de fato chega ao beneficiário, que são os garis. Este ano não seria diferente, mas teve que adaptar-se a situação atual da pandemia e respeitar o distanciamento social.

“Respeitei a distância social, com tem com ser, tendo respeito com eles e com minha família, mas com amor no coração e a felicidade muito grande de poder proporcionar esse momento”, completa.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Fonte: Portal Badalo/ Por George Wilson

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