Xiaomi lança celular sem carregador na caixa, mas mantém item como opção


O iPhone 12 e suas variantes deixaram de vir com carregador (aquele adaptador que vai na tomada). Na época, a Samsung tirou um sarro da marca, argumentando que seus aparelhos traziam o acessório, e a Xiaomi também.

O Galaxy S21 não deve contar com o item e, nesta segunda-feira (28), a Xiaomi confirmou que seu próximo smartphone topo de linha, o Mi 11, também terá uma versão sem carregador na caixa. A diferença é que o consumidor terá a opção de escolher se quer o acessório incluso na caixa ou não.

Como a Apple, a Xiaomi argumenta que a medida tem relação com a redução de lixo eletrônico e que as pessoas já têm muitos carregadores em suas casas.

Nesta segunda, em comunicado oficial, a Xiaomi informou que a remoção do carregador se aplica ao mercado chinês e que o Mi 11 deverá ser vendido em duas versões, sendo uma com carregador e outra sem. O preço delas será o mesmo, segundo comunicado da companhia, cabendo ao consumidor escolher a que quiser.

O Mi 11, da Xiaomi, teve pré-venda iniciada na China nesta segunda-feira. O smartphone vem com o processador Snapdragon 888 octa-core, conta com uma tela de 6,81 polegadas (cerca de 17,3 centímetros) com taxa de atualização de 120 Hz e bateria de 4.600 mAh.

Quanto às câmeras, na traseira são três. A saber: uma principal de 108 MP, uma de 13 MP ultra-grande angular e uma lente macro de 5 MP. Para selfies, o Mi 11 tem um sensor de 20 MP. Ele vem com sistema Android com interface MiUI 12.

Na China, ele será vendido com diferentes variações de memória RAM e armazenamento: 8GB+128GB, 8GB+256GB e 12GB+256GB. Os preços variam de 3.999 yuans (cerca de R$ 3.180) a 4.699 yuans (aproximadamente R$ 3.740).

As zoeiras

A Samsung foi uma das pioneiras em tirar um barato da Apple por não incluir o carregador. Em post no Twitter posteriormente apagado, próximo ao lançamento do iPhone 12 em outubro, a companhia sul-coreana postou a foto de um carregador de tomada com o texto: “Seu Galaxy dá aquilo que você busca. De um carregador até a melhor câmera, melhor bateria, desempenho, memória e até tela de 120 Hz em um smartphone”.

No início de dezembro, começaram a surgir vários rumores apontando que a própria Samsung não incluiria mais carregador no Galaxy S21 nem fone de ouvido. As informações foram baseadas em registros do celular em agências de certificação em diferentes partes do mundo. Até o momento, a Samsung não se pronunciou oficialmente sobre o caso. No entanto, a exclusão das redes sociais das zoeiras contra a Apple só aumentam as evidências de que a companhia deverá fazer o mesmo que a empresa da maçã.

A chinesa Xiaomi também fez algo parecido. Em um post de 12 de outubro no Twitter, a empresa publicou um vídeo que mostrava um carregador e que dizia: “Não se preocupe, não deixamos nada de fora da caixa do #Mi10TPro”.

Por que tirar o carregador das caixas dos telefones?

Durante a apresentação do iPhone em outubro, a Apple dedicou um bom tempo do evento falando sobre redução de lixo eletrônico.
“Os consumidores já têm mais de 700 milhões de fones de ouvido Lightning [o padrão de conexão da Apple] e muitos contam com opções sem fio”, disse Lisa Jackson, vice-presidente de meio ambiente, política e iniciativas sociais da Apple. “Há também mais de 2 bilhões de carregadores no mundo, e isso sem contar o de outros fornecedores. Estamos removendo estes itens da caixa do iPhone, o que vai reduzir as emissões de carbono e evitar a mineração e uso de materiais preciosos”.

Vale ressaltar que o telefone vem com um cabo com uma ponta Lightning e outra USB-C. O que a empresa removeu foi aquele adaptador na parede, que estamos nos referindo aqui genericamente como carregador.

O argumento parece fazer algum sentido em países em que o iPhone é líder de mercado, que não é o caso do Brasil. Segundo a consultoria de mercado Canalys, a participação de mercado de fabricantes de smartphones ficou da seguinte forma: Samsung (54%), Motorola (23%), Apple (7%), LG (5%) e Xiaomi (4%).

Outro problema do argumento ambiental é que ao não incluir acessórios na caixa, isso significa que eles deverão ter caixas próprias e talvez tenham mais emissões, pois deverão ser entregues separadamente.

Além dessas questões, há um outro possível motivo para vender separadamente o carregador: aumento de receitas. Por ora, a remoção do item deve atingir majoritariamente smartphones topo de linha, e as marcas devem oferecer acessórios que possibilitam um carregamento cada vez mais rápido.

A vantagem do mundo Android é que boa parte dos aparelhos novos já são carregados via porta USB-C. Então, talvez não seja necessário mesmo um acessório novo. A não ser que você queira um que faça sua bateria ir de 0 a 100% em questão de minutos.

Foto: Divulgação

Fonte: UOL

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