Alvo de pedido de inquérito, Pazuello ficará no AM ‘o tempo que for necessário’, diz ministério


O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou na noite deste sábado (23) a Manaus e, de acordo com a assessoria da pasta, ficará no estado do Amazonas pelo “tempo que for necessário”. No mesmo dia, a Procuradoria-Geral da República pediu a abertura de um inquérito para investigar a conduta do ministro na crise da pandemia de Covid-19 no estado.

Pazuello desembarcou junto com 132,5 mil doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. As doses fazem parte do carregamento de 2 milhões que o Brasil recebeu da Índia na sexta-feira (22).

Manaus tem vivido dias de caos na saúde pública em decorrência da explosão no número de casos de Covid-19. Na semana passada, chegou a faltar oxigênio nas unidades de saúde, levando à morte pacientes que necessitavam de tratamento hospitalar para a doença.

De acordo com o ministério da Saúde, somando todas as doses que vão ser enviadas ao Amazonas até este domingo (24), o estado terá recebido 458,5 mil doses de vacina. A conta inclui também a vacina CoronaVac.
A estimativa do governo do Amazonas é imunizar 1,5 milhão de pessoas até o fim do primeiro trimestre. O estado tem população de 4,2 milhões.

O Ministério da Saúde decidiu priorizar o Amazonas na distribuição da vacina. O estado foi o que mais recebeu doses na proporção de sua população.
Nesta primeira fase, devem ser imunizados profissionais de saúde e idosos acima de 75 anos.

Abertura de inquérito

Procurada pela TV Globo, a assessoria do Ministério do Saúde disse que aguarda notificação para se manifestar sobre o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

O procurador-geral, Augusto Aras, tomou a decisão após analisar representação do partido Cidadania que aponta suposta omissão do ministro e de seus auxiliares, além de informações preliminares prestadas por Pazuello sobre a crise.

Para o procurador-geral da República, diante dos fatos, é preciso apurar formalmente a conduta do ministro.
O PGR pediu ao STF que Pazuello preste depoimento à Polícia Federal como uma das primeiras medidas na apuração.

Em relação às prioridades do ministério em meio à crise, o PGR menciona que a pasta informou ter distribuído 120 mil unidades de Hidroxicloroquina como medicamento para tratamento da Covid-19 no dia 14 de janeiro, às vésperas do colapso por falta de oxigênio. Pesquisas científicas apontam que o remédio é ineficaz no combate à Covid-19.

“Considerando que a possível intempestividade nas ações do representado [Pazuello], o qual tinha dever legal e possibilidade de agir para mitigar os resultados, pode caracterizar omissão passível de responsabilização cível, administrativa e/ou criminal, mostra-se necessário o aprofundamento das investigações a fim de se obter elementos informativos robustos para a deflagração de eventual ação judicial”, afirma o procurador-geral.

O pedido da PGR também leva em consideração o fato de que um relatório aponta que o Ministério da Saúde foi informado no dia 8 de janeiro sobre a iminente falta de oxigênio pela empresa White Martins, fornecedora do produto. O Ministério da Saúde iniciou a entrega de oxigênio apenas em 12 de janeiro, segundo as informações prestadas.

Foto: Reprodução

Fonte: Portal G1

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