Com hospitais superlotados e sem oxigênio, pacientes de Covid-19 do Amazonas serão transferidos para outros 6 estados, diz governador


Internados com Covid-19, 235 pacientes do Amazonas serão levados a outros 6 estados para receber atendimento médico devido ao colapso no sistema de saúde local, segundo informou o governador Wilson Lima nesta quinta-feira (14). Em situação de caos, os hospitais estão lotados e sem oxigênio para os pacientes infectados com coronavírus.

A capital amazonense passa por um aumento dramático no número de casos, internações e mortes por Covid-19 — a média móvel de mortes cresceu 183% nos últimos 7 dias. O G1 presenciou médicos e acompanhantes transportando cilindros nos próprios carros para levar aos hospitais. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, visitou o Amazonas nesta semana e afirmou que Manaus é “prioridade nacional neste momento”.

De acordo com o governador Wilson Lima, os lugares que devem atender pacientes amazonenses são: Goiás, Piauí, Maranhão, Brasília, Paraíba e Rio Grande do Norte. O governo diz ter feito um estudo dos estados para decidir quais participariam do acolhimento aos pacientes para que não sobrecarregassem a rede assistencial de outros locais.

O Coronel Franco Duarte, representante do Ministério da Saúde, afirmou que serão transportados pacientes com estado de saúde considerado em fase moderada da doença.

“São pacientes que ainda continuam dependentes do oxigênio, mas eles têm toda a segurança plena para serem aerotransportados”, disse Duarte. “O paciente do Amazonas que subir na aeronave terá toda a segurança e assistência, com cobertura até de assistentes psicossociais, para não haver falha nenhuma”.

“Todos estamos voltados para o foco no paciente, para que a gente tenha sucesso e que chegue no destino com toda a segurança e o acolhimento que o nosso doente tem que ter, que é o acolhimento de excelência”, disse.
Um dos primeiros estados a receber pacientes do Amazonas é o Piauí. Na manhã desta quinta, 30 pacientes de Manaus com Covid-19 foram encaminhados para Teresina.

Uma das razões para a crise, segundo Duarte, é o consumo de oxigênio por pacientes de leitos clínicos. “Aquele paciente que não está no leito de UTI é o que consome mais, porque ele fica ao lado do regulador de oxigênio. A sensação é a falta de ar, e você abrindo o acesso ao oxigênio, você tem a sensação de bem estar, mas em contrapartida, aumenta muito essa demanda”, disse.

O representante do Ministério da Saúde falou sobre a dificuldade logística de trazer o oxigênio para o Amazonas, em função da distância. Estão sendo usadas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para o transporte do gás.

O Secretário da Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirmou em pronunciamento nesta quinta feira (14) que o estado passa por uma crise no abastecimento de oxigênio. Campêlo afirmou que o Ministério da Saúde, o governo do Amazonas e as Forças Armadas estão trabalhando no apoio logístico para a entrega de oxigênio para a rede estadual de saúde, com o transporte do gás de outros estados para o Amazonas.

“Tivemos um pico de fornecimento e aumento da demanda acima do esperado. Fomos comunicados ontem [quarta-feira] à noite do colapso do plano logístico em relação a algumas entregas, o que causará a interrupção da programação por algumas horas”, afirmou Campêlo, referindo-se ao recebimento do gás. “Fizemos plano de contingência considerando a elevação dos casos, mas a demanda surpreendeu um dos maiores conglomerados de gás do mundo”, no caso, a empresa White Martins.

Segundo o secretário, há leitos abertos prontos para serem utilizados no Hospital Universitário Getúlio Vargas, no Nilton Lins e outras unidades, mas não foram ativados por conta da falta de oxigênio.

Foto: Reprodução

Fonte: Portal G1

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem