Sete pacientes que utilizaram capacete Elmo no Hospital São José, em Fortaleza, já receberam alta


Metade dos pacientes que utilizaram o capacete Elmo no Hospital São José, em Fortaleza, já receberam alta médica. A informação foi divulgada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) nesta quinta-feira (18). Até o momento, o equipamento de respiração artificial foi utilizado em 14 pacientes, sendo que sete deles já receberam alta hospitalar.

Um dos pacientes do grupo que utilizou o capacete no Hospital São José, o motorista João Vagnaldo da Silva, 40 anos, permaneceu internado na unidade por dez dias e relata ter se sentido melhor após a terapia com o Elmo, que durou cerca de uma semana. “Eu me recuperei rápido por conta do Elmo. Quando eu passei a usar o capacete, já me senti bem melhor”, conta João. Ele recebeu alta hospitalar em 1º de fevereiro e já retomou as atividades do dia a dia.

O Elmo também fez parte do tratamento de Stephane de Oliveira Saraiva, 21 anos. Ela deu entrada no Hospital São José em 31 de dezembro e recebeu indicação para usar o aparelho já no dia seguinte. Depois de duas horas com o Elmo, ela apresentou melhora no padrão respiratório e aumento do nível de oxigênio no sangue.

“Como eu estava com medo, não queria de jeito nenhum colocar, mas o doutor me convenceu. Eu achei muito tranquilo. Só tenho a agradecer pelo atendimento que recebi da equipe”, afirma. Com a evolução, a jovem pôde retornar para casa no dia 6 de fevereiro.

Uma das profissionais que acompanhou os pacientes João Vagnaldo e Stephane de Oliveira, a fisioterapeuta Carolina do Vale acredita que o Elmo tenha sido fundamental para recuperação dos pacientes.

“Hoje já temos vários exemplos de pacientes que obtiveram alta graças à terapia e, também, ao empenho e dedicação da nossa equipe de fisioterapia. Em alguns casos, são pacientes com alto risco de evoluir para ventilação invasiva, mas que responderam muito bem ao Elmo e às nossas condutas”, explica.

A Esmaltec, empresa que fabrica eletrodomésticos no Ceará, realizou a doação de 300 capacetes Elmo para a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Os equipamentos vão auxiliar a rede de saúde no combate à pandemia do coronavírus.

O dispositivo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar e começou a ser produzido pela Esmaltec em dezembro do ano passado. O capacete pode ser aplicado em pacientes considerados de baixa e média complexidade, ajudando a reduzir até 60% a necessidade de intubação, evitando também a internação em uma UTI.

Produção

A produção dos capacetes começou em dezembro do ano passado e, para isso, a Esmaltec criou um espaço exclusivo: a sala limpa. As salas limpas são ambientes controlados com uma série de especificações para evitar a presença de partículas ou microrganismos que podem alterar o produto. Além da construção do espaço, funcionários da fábrica foram treinados por especialistas para produção e manipulação do ambiente controlado.

“Reestruturamos nosso espaço físico para construirmos a ‘sala limpa’, que é exigência da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Entendemos que precisamos continuar atentos e a postos para ajudar a sociedade nessa luta, não só contra a Covid-19, mas a qualquer doença que possa colocar as pessoas em risco”, completa Marcelo Pinto, Diretor Superintendente da Esmaltec.

Como o Elmo funciona?

O dispositivo possui três ramos, um de entrada de oxigênio, de inspiração, e outro de saída de gás carbônico, de expiração. O terceiro ramo é destinado para a medicação e/ou alimentação do paciente durante o tratamento hospitalar. Fluxo de oxigênio entra no capacete através de uma válvula que abastece uma jarra de umidificação de ar. Este umidificador joga o fluxo de oxigênio para dentro do capacete, passando agora por uma filtragem. O Elmo tem internamente uma pressão positiva, que induz o fluxo de ar para dentro do paciente.

📸 Camila Lima

Fonte: Portal G1 CE

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