Bolsonaro defende vacinas e promete mais de 400 milhões de doses até o fim do ano


Pressionado pelo avanço da pandemia de covid-19, o presidente Jair Bolsonaro mudou o discurso e prometeu mais de 400 milhões de doses para imunizar a população brasileira até o fim deste ano. Em ocasiões anteriores, o chefe do Planalto havia dito que não tomaria a vacina e até comemorado a suspensão de testes após a morte de um voluntário.

De acordo com números apresentados pelo chefe do Executivo em cerimônia no Palácio do Planalto, o Brasil adquiriu mais de 270 milhões de doses com entregas previstas no primeiro semestre. Bolsonaro afirmou que, até o momento, o governo federal distribuiu 17 milhões de imunizantes e vacinou mais de 10 milhões de pessoas — segundo o “vacinômetro” do Ministério da Saúde, foram 18 milhões de doses distribuídas para os Estados e 7,5 milhões de vacinados.

Hoje (10), o Brasil bateu novo recorde no número de mortes pela covid-19. Foram 2.349 pessoas que perderam a vida em 24 horas, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No evento, o presidente da República defendeu a produção nacional de uma vacina contra a covid-19 para distribuição de doses na América do Sul.

— Nós só podemos ter, não digo a certeza da erradicação, porque isso é muito difícil, mas a da dificuldade de que novas pessoas sejam infectadas, se nossos vizinhos também tiverem sido vacinados — afirmou o presidente, que usou máscara durante o evento, o que não vinha acontecendo em outras ocasiões no Planalto.

De acordo com levantamento do portal G1, a última vez em que Bolsonaro usou máscara em um evento oficial foi em 3 de fevereiro, na abertura do ano legislativo do Congresso. Desde então, houve 36 eventos oficiais em Brasília e outras cidades — entre os quais solenidades, audiências, encontros com embaixadores e formaturas — com a participação do presidente. Em todos, ele estava sem máscara.

Pedindo confiança no governo federal, Bolsonaro afirmou que a administração foi “incansável” desde o início da pandemia na luta contra a covid-19. Ele orientou a população a procurar uma unidade de saúde na apresentação dos primeiros sintomas, como febre e falta de paladar. Além disso, citou a possibilidade de os vacinados voltarem a contrair a doença no futuro e voltou a defender a solução por medicamentos, que não tem eficácia comprovada.

Foto: Marcelo Camargo/ABR
Via: GZH

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