Temporada 2021 da F1 começa com novidades entre pilotos, pistas e equipes


A temporada 2021 da Fórmula 1 começa neste fim de semana no Bahrein com mudanças em relação ao ano anterior que vão desde os pilotos que disputarão o campeonato até o congelamento no desenvolvimento dos carros para deixar a disputa mais equilibrada.
Ao todo, a F1 terá quatro campeões mundiais no grid em 2021: Lewis Hamilton (7 títulos), Sebastian Vettel (4), Fernando Alonso (2) e Kimi Raikkonen (1). Com esses pilotos, a categoria terá os campeões de 14 das 16 últimas temporadas.

Além disso, a categoria terá duas equipes renovadas: a Alpine, que até 2020 disputava o campeonato com o nome da montadora francesa Renault, e a britânica Aston Martin, que volta à F1 depois de 60 anos assumindo a estrutura da Racing Point.
E, apesar de a maior parte das equipes ainda lidar com os efeitos da pandemia do novo coronavírus – principalmente no desenvolvimento de seus carros – a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) organizou um calendário com o número recorde de 23 corridas, com a volta da Holanda e a estreia da Arábia Saudita.

Novos rostos e novas casas

Apenas Mercedes – com Lewis Hamilton e Valtteri Bottas –, Alfa Romeo – com Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi – e a Williams – com George Russell e Nicholas Latifi – mantiveram suas duplas de pilotos de 2020 para 2021. 
Entre as outras equipes, seis trocaram um de seus pilotos neste ano. A mudança mais radical foi adotada pela norte-americana Haas, que terá dois pilotos novatos promovidos da categoria de acesso conduzindo seu carro nas pistas.

Filho de Schumacher

Para os lugares de Kevin Magnussen e Romain Grosjean – que marcou a temporada de 2020 com o gravíssimo acidente que quase tirou sua vida – foram escolhidos o russo Nikita Mazepin, e Mick Schumacher, filho do heptacampeão de F1 Michael Schumacher e atual campeão da categoria da F2.
Em uma calculada consciência com o pai, Mick usará as letras MSC ao ser identificado nas transmissões da F1 – normalmente são exibidas as primeiras três letras do sobrenome de cada piloto.

“Eu queria aquele MSC”, disse o piloto de 21 anos da Haas a jornalistas durante os testes de pré-temporada no Bahrein, antes de sua estreia na F1 no dia 28 de março. “É um laço emocional que tenho com ele. Também acho que é bem legal para todos assistir às telas de tempo ver de novo o MSC de volta. Acho que há algo positivo nisso”. 
Já na Alpha Tauri, a novidade é o japonês Yuki Tsunoda, que ocupa a vaga que em 2020 foi do russo Daniil Kvyat. 
O piloto de 21 anos e 1,57m, o que faz dele um dos mais baixos da categoria, mostrou bom desempenho na pré-temporada, registrando o segundo melhor tempo geral nos testes.

Ele também é o primeiro piloto nipônico no grid da F1 desde 2014, quando Kamui Kobayashi correu pela extinta equipe Caterham.
Outra mudança importante é a volta do bicampeão da F1 Fernando Alonso, que será um dos pilotos da Alpine ao lado do francês Esteban Ocon.

“Vai ser ótimo, estou ansioso [pelo campeonato de 2021]”, disse, recentemente, em entrevista à britânica BBC. “Temos jovens talentosos que mostraram grande atuação nas categorias de base, e ainda temos os campeões, que estiveram aqui dois anos atrás como Lewis, Sebastian e Kimi”, completou, antes de dizer que se considera melhor do que eles.
O espanhol foi anunciado como reforço da equipe em setembro, depois que o australiano Daniel Ricciardo anunciou sua ida para a McLaren.
Ricciardo terá como companheiro o britânico Lando Norris, considerado uma das jovens estrelas da categoria e uma das apostas da equipe para retomar a glória do começo dos anos 2000.
A McLaren foi a primeira equipe a apresentar seu carro de 2021, que mantém boa parte do chassi da temporada passada, mas conta com inovações na parte aerodinâmica e o principal: a volta do motor Mercedes.
Ainda na dança das cadeiras da F1, o espanhol Carlos Sainz, que competiu em 2020 pela equipe britânica, será um dos pilotos da Ferrari em 2021, ao lado do monegasco Charles Leclerc.
Com 26 e 23 anos, respectivamente, essa será a dupla mais jovens de pilotos da equipe italiana desde os anos 1960 e tentará recuperar o protagonismo da “Scuderia”, que não venceu nenhuma corrida no ano passado e terminou na sexta colocação – seu pior desempenho desde 1980, quando a escuderia mais antiga e glamourosa do esporte ficou em décimo lugar.

Com expectativa de brigar pelas primeiras posições, a Aston Martin contará com o tetracampeão Sebastian Vettel em um de seus carros, ao lado do canadense Lance Stroll.
Vettel chega à equipe de Silverstone depois de seis anos na Ferrari, onde brigou pelos títulos mundiais em 2017 e 2018 – ambos vencidos por Hamilton –, mas também teve dois anos desconfortáveis ao lado de Leclerc, uma estrela em ascensão.
Por fim, em um dos últimos anúncios de contratação para 2021, o mexicano Sergio Peréz formará a dupla da Red Bull ao lado do holandês Max Verstappen.
Com mais de uma década na F1, Pérez havia ficado sem contrato depois que a Aston Martin anunciou a contratação de Vettel. 
Suas boas atuações em 2020, incluindo a vitória no Grande Prêmio de Sakhir – disputado em um traçado alternativo no Circuito do Bahrein –, no entanto, convenceram a equipe austríaca de que ele aumentaria as chances de disputar o título do campeonato de 2021 contra a Mercedes.
“Estou com muita, muita ‘fome’ de sucesso. Sei que tenho uma oportunidade que surge uma vez na sua vida e só quero aproveitá-la ao máximo”, disse Perez ao podcast “Beyond the Grid” da Fórmula 1 nos testes de pré-temporada.

Arábia Saudita e Holanda, destaques do novo calendário

Em 18 de março, dez dias antes do início da atual temporada, a organização da Fórmula 1 confirmou a realização do Grande Prêmio da Arábia Saudita, na cidade de Jeddah, em dezembro.
A corrida noturna, que marcará a estreia do país na categoria, será disputada em um circuito de rua montado nessa na cidade portuária e promete ser a mais rápido do tipo na F1. 
Além disso, com um traçado de 6,17 km, será também a segunda pista mais longa do campeonato, depois de Spa-Francorchamps, na Bélgica.

Outra novidade é a volta da Holanda, país de origem de Verstappen, com a corrida no circuito de Zandvoort, em 5 de setembro. 
Esse grande prêmio já estava previsto para voltar à F1 em 2020, depois de 35 anos fora do calendário, mas acabou cancelado em razão da propagação da pandemia.
Outro destaque da lotada agenda da Fórmula 1 em 2021 é a realização de quatro corridas em fins de semana consecutivos, além da realização de quatro corridas no mês de outubro – quando apenas um dos seus cinco domingos não terá uma corrida da categoria.
Veja calendário completo da F1 em 2021:

28 de março: Bahrein, Sakhir

18 de abril: Itália, Imola

2 de maio: Portugal, Portimão

9 de maio: Espanha, Barcelona

23 de maio: Mônaco

6 de junho: Azerbaijão, Baku

13 de junho: Canadá, Montreal

27 de junho: França, Le Castellet

4 de julho: Áustria, Spielberg

18 de julho: Grã-Bretanha, Silverstone

1 de agosto: Hungria, Budapeste

29 de agosto: Bélgica, Spa-Francorchamps

5 de setembro: Holanda, Zandvoort

12 de setembro: Itália, Monza

26 de setembro: Rússia, Sochi

3 de outubro: Cingapura

10 de outubro: Japão, Suzuka

24 de outubro: EUA, Austin

31 de outubro: México, Cidade do México

7 de novembro: Brasil, São Paulo

21 de novembro: Austrália, Melbourne

5 de dezembro, Arábia Saudita, Jeddah

12 de dezembro, Abu Dhabi, Yas Marina

Felipe Drugovich, destaque na Fórmula 2

Além de acompanhar as disputas na F1, os brasileiros também devem ficar ligados na Fórmula 2 (F2), considerada a categoria de acesso da principal divisão do automobilismo mundial.
Isso porque depois de uma temporada surpreendente em 2020 – ao correr por uma equipe intermediária e conquistar 3 vitórias –, o piloto paranaense Felipe Drugovich disputará a temporada de 2021 por uma equipe de ponta, com chance de brigar por vitórias e, talvez, até pelo título da categoria.

Em artigo publicado no site oficial da F1, Drugovich foi listado entre os 5 nomes da F2 que merecem atenção em 2021. “Apesar de ter conquistado uma chance em uma das equipes mais rápidas do grid, UNI-Virtuosi, ele ele ainda considerado um pouco azarão”, diz o texto.
“A perspectiva de ver um nome brasileiro em máquinas que disputam o título é tentadora, mas será fascinante ver como ele lida com a pressão de dirigir por uma equipe de ponta.”

(Com informações da Reuters)

📸 Dan Istitene – 12.mar.2021/Formula 1 via Getty Images

Fonte: CNN Brasil

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