Vítimas mortas em ataque a creche em Saudades levaram ao menos 5 golpes de facão, diz IGP


As cinco vítimas do atentado a creche em Saudades, Oeste de Santa Catarina, sofreram pelo menos cinco golpes de facão, segundo o Instituto Geral de Perícias (IGP) em coletiva de imprensa.

Um homem de 18 anos entrou na escola infantil na manhã desta terça (4) com duas facas e matou três crianças com menos de 2 anos e duas funcionárias. Um bebê foi socorrido e está na UTI.

Após ferir as vítimas, ele golpeou o próprio corpo, foi preso e está internado em estado grave.

Os destaques da coletiva foram:

Todas as vítimas receberam, ao menos, 5 golpes de faca.

Previsão é que os corpos sejam liberados até às 22h desta terça.

Autor de atentado tentou entrar em todas as salas.

Algumas professoras conseguiram se trancar e proteger as crianças.

Ele entrou com duas armas na escola, mas só usou uma.

Ajuda dos vizinhos foi fundamental para conter o autor e prestar primeiros socorros.

Ninguém da família do homem de 18 anos suspeitava que ele planejava crime.

Autor não era conhecido pela polícia, não tinha antecedentes criminais.

O perito do IGP Carlos Augusto Nogueira afirmou que os cinco corpos estão no necrotério do Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, maior cidade do Oeste catarinense.

Professoras se trancaram nas salas com as crianças

O delegado responsável pelo caso, Jerônimo Ferreira, afirmou que as professoras se trancaram nas salas para evitar que o autor conseguisse chegar até elas.

“Todas elas se trancaram dentro das respectivas salas e seguraram as crianças dentro das salas para que ele [autor] não entrasse. Ele tentou entrar em todas as salas, não conseguiu, com aquelas mulheres guerreiras, sozinhas com crianças pequenas, evitando que um mal maior acontecesse”.

Os vizinhos, que ouviram os gritos de socorro, também ajudaram, conforme o delegado. “Uma baita iniciativa dos caras. Foram lá e conseguiram conter [o autor], evitando que um mal maior pudesse acontecer”.

Familía do autor não tinha ideia que ele cometeria o crime

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Jerônimo Ferreira, “a família [do autor] não esperava que ia acontecer algo assim”. A Polícia Civil quer traçar um perfil do jovem. “O rapaz era problemático. Pessoas próximas a ele me relataram que ele vinha enfrentando bullying na escola, vinha maltratando alguns animais. Era muito introspectivo”.

“Ele tinha alguns problemas dentro de casa, não queria ir mais para escola. A família é humilde, sem conhecimento de que precisava falar com esse jovem, que enfrentava problema psicológico”, completou o delegado. “Quero ver o que ele vai contar, para poder juntar peças de investigação com a versão dele para tentar entender a motivação desse crime”, continuou.
O autor não era conhecido pela polícia, não tinha antecedentes criminais.

Segundo o delegado, o autor estava no ensino médio e trabalhava em uma empresa de produção de roupas. Ele guardava dinheiro desse emprego e a polícia encontrou R$ 11 mil na casa dele. Os pais dele foram ouvidos na casa da família pela investigação. Ele morava com eles, com uma irmã e uma avó.

“Pais e irmã disseram que ele era mais quietão, não saía com ninguém, não tinha celular. Tinha se afastado dos poucos amigos”, relatou o delegado.

O autor levou duas facas para a creche, mas só uma foi utilizada. Ele havia comprado os objetos há pouco tempo, conforme o delegado. “Ele brincou com a irmã dizendo que ele ia usar os instrumentos para maltratar um animal que tinha dentro de casa”.
“A gente vai trabalhar com perícia, vai ouvir todas as pessoas que puderem contribuir. Eu não sei se a gente vai conseguir chegar no ponto do porquê, mas queremos prevenir ações futuras. Tentar entender”, resumou o delegado. O computador do autor foi apreendido e passará por perícia.

O que se sabe até agora:

Um jovem de 18 anos entrou na escola Aquarela com um facão.

A creche fica na cidade de Saudades (SC) e atende crianças de 6 meses a 2 anos.

O ataque deixou cinco mortos: três crianças e duas funcionárias.

O assassino foi preso e levado a um hospital após dar golpes contra o próprio corpo.

Na casa do assassino, a polícia encontrou R$ 11 mil e duas embalagens de facas novas.

Uma criança de 1 ano e 8 meses passou por cirurgia e está na UTI.

Quem são as vítimas

Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, era professora e dava aulas na unidade havia cerca de 10 anos. Mirla Amanda Renner Costa, de 20 anos, era agente educacional na escola 

De acordo com o assessor jurídico de Saudades, Luiz Fernando Kreutz, Mirla chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu.
Os três bebês eram Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses; Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses; e Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.

Foto: Bombeiros SC/Reprodução

Fonte: Portal G1

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