Quase 2 milhões de cearenses de grupos prioritários ainda não se vacinaram contra a gripe


Das 3.300.313 pessoas listadas nos grupos prioritários para vacinação contra a influenza no Ceará, só 1.346.199 receberam o imunizante, até esta terça-feira (6) – uma cobertura vacinal de 40,6%, considerada baixa por autoridades e especialistas em saúde.

Os dados são Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI), do Ministério da Saúde, atualizado com informações das gestões estaduais, e podem sofrer alterações constantes.

Um dos fatores para a queda na procura pela vacina da influenza, conforme a própria Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) aponta, é o cenário epidemiológico da Covid-19. Em 2019 e 2020, a campanha contra a gripe atingiu coberturas de 94,94% e 96,98%, respectivamente.
A baixa adesão em relação a anos anteriores, então, “pode gerar uma maior exposição ao vírus no Ceará”. Assim, “é indicado que todos procurem o posto de saúde para atualizar o calendário”, alerta Kelvia Borges, orientadora da Célula de Imunização da Sesa.

Outro fator que tem feito cearenses adiarem a vacinação contra a gripe é a campanha contra a Covid: mas uma imunização não impede a outra, desde que respeitado o intervalo de 14 dias entre as doses.

14 dias

é o tempo que pessoas que tomaram vacina contra a Covid devem esperar para tomar a da gripe.

Em Fortaleza, caso a dose contra o coronavírus seja agendada antes de completar 14 dias da aplicação contra a influenza, basta o cidadão aguardar e, ao fim do período, ir a qualquer posto de imunização contra a Covid, portando os documentos necessários. 

BEBÊS E CRIANÇAS EM FOCO

Renata Dias, assessora técnica de Imunização de Fortaleza, reforça que “a prioridade, no momento, é a vacina contra a Covid. Se você vai ser contemplado em breve, aguarde e, só depois, procure a da influenza”.

A gestora recomenda, ainda, que quem tomou a Coronavac como 1ª dose aguarde finalizar o esquema vacinal para, só então, buscar a vacina da gripe. “É só porque o intervalo entre as doses desse imunizante é pequeno, e é melhor não correr o risco de precisar adiar a D2”, pontua.

Apesar dos direcionamentos aos adultos, é a imunização das crianças que deve ser ainda mais priorizada neste momento, segundo Renata.

As crianças já não serão vacinadas contra a Covid, e ficarem desprotegidas também contra a influenza seria mais preocupante ainda.

A assessora da SMS reitera também que “a vacina da influenza é anual: quem tomou no ano passado já está desprotegido e deve procurar, sim, se imunizar novamente”.

“INFLUENZA TAMBÉM PODE MATAR”

A médica Vanuza Chagas, pediatra e proprietária de uma clínica privada de imunização em Fortaleza, observa que a procura pela proteção contra a influenza caiu à medida em que a campanha contra Covid-19 avançou.

“As pessoas deveriam, claro, priorizar a vacina contra a Covid. O problema é que muitas esqueceram que completar a proteção com a vacina da influenza, depois”, lamenta, alertando que a gripe “é de alto contágio, atinge todas as idades e pode levar à morte”.

Vanuza destaca ainda que, ao contrário do que ocorre com o coronavírus, “as crianças têm um papel importante na alta transmissão da influenza”. É preciso, então, que se atinja o máximo de cobertura vacinal, “sob risco de sobrecarregar o sistema de saúde”.

É importante que a população esteja alerta: tanto a Covid como a influenza são graves e podem levar a comprometimento respiratório grave. E o início das duas pode ser muito parecido.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Fonte: Diário do Nordeste

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