Ceará confirma 18 casos de gripe H3N2 só em dezembro


Uma nota informativa publicada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa-CE), nesta quinta-feira (16), aponta que o estado já confirmou a existência de 18 casos de Influenza A H3N2, dos 19 de gripe identificados apenas em dezembro. A doença vem provocando surtos em estados do Brasil e aumentando a busca da população por atendimento para sintomas gripais.

“O Ceará identificou 18 amostras positivas em Fortaleza. Por conta disso, estamos emitindo uma nota informativa a todos os profissionais. Em caso das pessoas terem sintomas gripais, que incluem febre e mais um sintoma, calafrio, tosse e dor na garganta, então desconfie que pode ser Covid, que ainda está circulando no Ceará em menor quantidade, ou pode ser influenza A. Importante fazer a testagem, o teste que acontece da mesma forma que acontece para Covid”, informou a secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde, Ricristhi Gonçalves.

Até o momento, sete estados do Brasil já confirmaram surtos de Influenza A H3N2. O Rio de Janeiro contabilizou mais de 23 mil casos, enquanto a Bahia registrou, nesta quarta-feira (15), a primeira morte pela doença. Em São Paulo, hospitais já têm recebido mais pacientes com sintomas gripais.

Apesar de a cobertura vacinal de Influenza A H3N2 ter sido a menor no Ceará em 23 anos, o que vem causando surtos no Rio de Janeiro e em São Paulo, conforme especialistas, é uma variante que não é coberta pelo imunizante da Campanha Nacional de Imunização feita neste ano.

De acordo com a Sesa, os 18 casos identificados pela Influenza A H3N2 teve como prevalência o público de 20 a 49 anos, sem diferença significativa entre os sexos. Segundo o documento, a maioria dos casos teve como sintomas iniciais os dias 9 e 10 de dezembro.
A pasta afirmou que essas pessoas tiveram sintomas leves e testaram negativo para Covid-19 nos centros de testagem ou nas unidades de saúde.

“A Vigilância Epidemiológica do Estado rastreia surtos, internações e óbitos. Desta forma, a Sesa alerta a população quanto aos cuidados e prevenção, sobretudo nos grupos de risco”, diz.
Crianças e idosos fazem parte dos grupos de risco da doença, conforme o Ministério da Saúde.

Menor vacinação em 23 anos

De acordo com a Secretaria da Saúde, em 2021, a campanha nacional de vacinação contra a influenza no Ceará atingiu cobertura vacinal de 76,28% da população. Contudo, esta foi a menor taxa em 23 anos. A meta da cobertura vacinal para a doença é de 90% desde 2017.

A Sesa lembra que a campanha de vacinação contra a influenza já foi encerrada, mas há municípios que têm doses em estoque e, por isso, “devem convocar as pessoas com maior risco para elevar a cobertura vacinal no Ceará”.

As medidas preventivas contra a Influenza são as mesmas utilizadas contra a Covid-19: lavar as mãos, usar álcool em gel, usar máscaras descartáveis, manter os ambientes ventilados e evitar aglomerações. Caso haja sintomas de gripe, o ideal é evitar contato com pessoas, como abraços, beijos e apertos de mão.

Variante pode escapar de vacina

O vírus da Influenza A H3N2, que está causando os surtos no Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, pode escapar da vacina que estava presente na Campanha Nacional de Imunização neste ano. Isto porque foi identificada uma variante deste vírus que, segundo especialistas, o imunizante não cobre.

Ela é chamada de variante Darwin.
A Secretaria da Saúde do Ceará não especificou por qual variante os casos identificados no Ceará de Influenza A H3N2 foram provocados.

Para o infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, quando é feita a classificação do vírus Influenza, é colocado “um número no H e um número no N”. Então, existe a H1N1, a H2N1, a H2N2 e, neste caso, a H3N2.

“Você tem todas as combinações. Agora, aqueles que são mais frequentes são o H1N1 e o H3N2. Agora, dentro de cada um deles… por que ela chama Darwin? A Organização Mundial da Saúde classifica de acordo com o primeiro lugar que foi identificado o vírus. E é uma cidade da Austrália que se chama Darwin. Por isso, é o H3N2 da variante Darwin”, disse Granato.

O infectologista explica que a variante apareceu recentemente e que, quando a vacina foi aplicada há mais ou menos 6 meses, o vírus não era conhecido e “não tinha como fazer uma vacina com ele”.

“Na vacina do ano que vem, a OMS já mandou colocar a Darwin, mas isso só vai ficar pronto para a gente lá para março ou abril”, informou.

Foto: Getty Images / Fonte: G1 CE

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