Facebook está reformulando toda sua marca, mas enfrenta mesmos velhos problemas


Quase quatro meses atrás, em meio a uma tempestade de cobertura crítica decorrente de vazamentos de um denunciante, o Facebook mudou seu foco estratégico para construir uma versão imersiva da internet que chama de “metaverso” e mudou o nome da empresa para Meta.

Esta semana, a empresa continuou com sua campanha de rebranding.
O Feed de Notícias, durante anos a peça central da experiência do usuário do Facebook e também central para algumas de suas controvérsias, foi renomeado simplesmente como Feed. Seus funcionários, anteriormente conhecidos como Facebookers, tornaram-se Metamates. E seus valores corporativos também foram atualizados.

Se foram as máximas corporativas como “seja ousado”. Em vez disso, a empresa introduziu diretrizes como “foco no impacto de longo prazo” e “seja direto e respeite seus colegas”.
Mark Zuckerberg, cofundador e CEO da empresa, disse que as mudanças são necessárias porque “agora somos uma empresa do metaverso, construindo o futuro da conexão social”.

“Já construímos produtos que são úteis para bilhões de pessoas, mas em nosso próximo capítulo vamos nos concentrar mais em inspirar as pessoas também”, escreveu Zuckerberg em uma explicação do novo valor “construir coisas incríveis”.

As mudanças desta semana mais uma vez sugerem a ânsia da empresa em virar a página e reorientar seus funcionários e, sem dúvida, o público em geral, em uma nova era de seus negócios – menos manchada por anos de controvérsia.

O próprio Zuckerberg parece ansioso para se afastar de algumas das recentes turbulências, anunciando nesta semana que Nick Clegg, ex-vice-presidente de assuntos globais e comunicações da Meta, foi promovido a presidente de assuntos globais.

A promoção de Clegg liberará tempo para Zuckerberg se concentrar nos esforços da empresa para construir novos produtos de realidade artificial e virtual, disse o CEO.

Mas, apesar do aparente esforço de Zuckerberg e Meta de “viver no futuro”, como um de seus novos valores dita, a gigante da mídia social ainda tem que lutar com muitos dos mesmos velhos problemas que a atormentam há meses ou, em alguns casos, anos. Pelo contrário, alguns de seus desafios parecem estar piorando.

O negócio principal de publicidade da Meta enfrenta ameaças de outros gigantes da Big Tech. A denunciante do Facebook, Frances Haugen, apresentou duas novas queixas a Securities and Exchange Commission (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) sobre o tratamento de desinformação pela empresa.

E a empresa continua a lidar com o escrutínio regulatório.
“No final das contas, Mark pode correr, mas não pode se esconder da pressão regulatória”, disse Katie Harbath, uma ex-colaboradora do Facebook que ajudou a liderar os esforços eleitorais globais da empresa até sua saída no ano passado, sobre ele ter feito Clegg a face mais pública da empresa em questões de política.

Por muito tempo, parecia que Zuckerberg e o Facebook poderiam pelo menos encontrar algum conforto durante as várias crises de relações públicas da empresa na resiliência de suas ações. Mas isso não é mais o caso.
As ações da Meta caíram mais de 40% nos últimos seis meses, com grande parte da perda de valor após um relatório de ganhos do trimestre de férias que mostrou, entre outras coisas, um raro lapso no crescimento de usuários.

“Wall Street e a comunidade de investimentos têm percebido que o negócio principal do Facebook não está mais crescendo, pode até estar em declínio em algum momento e, portanto, o Facebook teve que fazer um enorme pivô a um espaço tangencial como o metaverso”, disse Gil Luria, estrategista de tecnologia da empresa de investimentos DA Davidson.
Solicitado a comentar sobre esta história, Meta encaminhou a CNN Business para o post de Zuckerberg sobre a mudança de valores da empresa

Foto: 28/10/2021REUTERS/Carlos Barria / Fonte: CNN Brasil

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