
O ministro da SaĂºde, Marcelo Queiroga, disse hoje (25) que o Brasil “fez o dever de casa” diante do surto de varĂola dos macacos desde o inĂcio da epidemia. Durante a abertura de um workshop sobre vigilĂ¢ncia em saĂºde promovido pelo ministĂ©rio, Queiroga disse que o Brasil se preparou para lidar com o vĂrus, providenciando laboratĂ³rios para diagnĂ³stico, identificaĂ§Ă£o dos casos e isolamento dos pacientes.
“NĂ³s aqui no Brasil jĂ¡ vĂnhamos fazendo nosso dever de casa desde o primeiro rumor, desde o primeiro caso suspeito. Preparamos nossa estrutura para fazer o diagnĂ³stico. Temos quatro laboratĂ³rios hoje no Brasil com capacidade para isso”, disse Queiroga.
Os laboratĂ³rios prontos para o diagnĂ³stico da doença, segundo o ministro, estĂ£o no Instituto Adolfo Lutz, em SĂ£o Paulo; na FundaĂ§Ă£o Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais; na FundaĂ§Ă£o Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro; e no laboratĂ³rio da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“Desde o inĂcio começamos a fazer o diagnĂ³stico e o acesso ao diagnĂ³stico estĂ¡ disponĂvel. Fizemos alertas para as secretarias estaduais de saĂºde e para as secretarias municipais. Os casos sĂ£o identificados, sĂ£o isolados”, acrescentou o ministro.
Queiroga lembrou da decisĂ£o do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon Ghebreyesus, que declarou que a varĂola dos macacos configura emergĂªncia de saĂºde pĂºblica internacional, e citou a ocorrĂªncia maior do vĂrus em homossexuais do sexo masculino. “E essa fala nĂ£o Ă© para estigmatizar ninguĂ©m. Apenas nĂ£o se pode obscurecer que essa Ă© uma realidade, mas outros pĂºblicos podem tambĂ©m ter essa doença. Enfim, vamos tambĂ©m aprender juntos como lidar com esse problema sanitĂ¡rio”.
O Brasil tem 696 casos confirmados atĂ© o momento. Destes, 506 sĂ£o procedentes do estado de SĂ£o Paulo, 102 do Rio de Janeiro, 33 de Minas Gerais, 13 do Distrito Federal, 11 do ParanĂ¡, 14 do GoiĂ¡s, trĂªs na Bahia, dois do CearĂ¡, trĂªs do Rio Grande do Sul, dois do Rio Grande do Norte, dois do EspĂrito Santo, trĂªs de Pernambuco, um de Mato Grosso do Sul e um de Santa Catarina.
Doença
A varĂola dos macacos Ă© causada por um vĂrus e transmitida pelo contato prĂ³ximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode se dar por meio de abraço, beijo, relações sexuais ou secreções respiratĂ³rias. A transmissĂ£o tambĂ©m ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfĂcies que foram utilizadas pelo infectado.
NĂ£o hĂ¡ tratamento especĂfico, mas, de forma geral, os quadros clĂnicos sĂ£o leves e requerem cuidado e observaĂ§Ă£o das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metĂ¡stase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.
Sintomas
O paciente pode ter febre, dor no corpo e apresentar manchas, pĂ¡pulas [pequenas lesões sĂ³lidas que aparecem na pele] que evoluem para vesĂculas [bolha contendo lĂquido no interior] atĂ© formar pĂºstulas [bolinhas com pus] e crostas [formaĂ§Ă£o a partir de lĂquido seroso, pus ou sangue seco].
Foto: Valter Camponato / Fonte: AgĂªncia Brasil
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