Bolsonaro diz que vai ‘evitar’ concursos para ‘proteger’ os servidores: ‘Máquina no limite’


O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (30) que pretende “evitar” novos concursos públicos para “proteger” os servidores da ativa. Segundo ele, se forem feitas novas contratações, poderia faltar dinheiro para os salários, porque a máquina pública está “no limite”.

O presidente participou em Brasília de um encontro organizado pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviço (Unecs).
Durante sua fala, Bolsonaro disse que seu governo, desde o início, teve de lidar com o teto de gastos, aprovado na gestão do ex-presidente Michel Temer. Isso, segundo Bolsonaro, impôs uma necessidade de limitar despesas com pessoal.

“Acredito que o teto do Temer foi para estancar a hemorragia. Sou o primeiro governante que tem um teto de gastos. Quando nós assumimos, cortamos mais de 20 mil cargos em comissão. Foi um grande sinalizador. Vamos evitar concursos públicos, até para proteger os atuais servidores. Muitos jovens ficam chateados, mas a máquina está no seu limite”, afirmou o presidente.

Ele disse ainda que novas contratações aumentariam os gastos e poderia levar à falta de dinheiro para pagar salários. “Chega num ponto que não tem dinheiro para pagar mais ninguém”, argumentou.
Mesmo defendendo a contenção de gastos, Bolsonaro afirmou que pretende dar reajustes a servidores, caso seja reeleito.

“Vai ter que dar reajuste para servidor. [Já estão há] Três anos sem reajuste. Passaram por anos difíceis. O não concurso público, aposentadoria e outras coisas. A gente encaixa aí”, disse o presidente.

Auxílio Brasil de R$ 600

No final do evento, Bolsonaro deu entrevista para a imprensa. Ele foi questionado por que o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil não está previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano que vem.

O valor do auxílio de R$ 600 foi garantido pela proposta de emenda à Constituição (PEC) que aumentou benefícios sociais em período eleitoral, o que a legislação inicialmente não permitia. Mas o valor só vai vigorar até dezembro. Para continuar em 2023, é preciso ser feito um novo arranjo econômico e novas mudanças na lei. O desafio do governo é conseguir isso sem prejudicar as contas públicas.

Bolsonaro disse que a LDO pode ser alterada e que o governo deve obter dinheiro com a venda de estatais. Ele não disse quais.
“A LDO é algo fixo? Não. Dá para mudar. Nós estamos com programa de, ao vender estatais, complementar isso aí com responsabilidade”, afirmou o presidente.

Questionado sobre o que o governo faria se não conseguisse vender as estatais, ele disse: “Vai conseguir vender. Vai ter R$ 600 [de auxílio] no ano que vem.”

Foto: Adriano Machado/Reuters / Fonte: G1

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