Ex-bancário acusado de espancar empresário por briga de trânsito é condenado a 15 anos de prisão, em Juazeiro do Norte


Durou cerca de dez horas o julgamento do ex-bancário Raimundo Maciel Lopes Neto, de 35 anos, na sessão ordinária do Tribunal do Júri desta terça-feira, em Juazeiro. Ao final, foi condenado a 15 anos e três meses de prisão por homicídio que vitimou o Supervisor de Vendas da TIM e empresário, Pedro Ribeiro da Costa Neto, de 32 anos. Pedro Neto, como era conhecido, morreu no dia 23 de agosto na UTI do Hospital Regional do Cariri ou onze dias após ter sido espancado a socos na rotatória do Triângulo Crajubar por Raimundo Maciel.

O acusado participou do julgamento por videoconferência já que continua recolhido ao presídio de Caldas Novas (GO), onde foi preso no dia 20 de fevereiro de 2020. O crime aconteceu na madrugada do dia 12 de agosto de 2018 e a defesa do réu tentou desclassificar para lesão corporal seguida de morte ao invés de homicídio doloso ante a alegação que Raimundo Maciel não teve a intenção de matar.

Formando em Direito pela URCA, ele era funcionário da agência do Banco do Brasil de Araripe, residia em Campos Sales, e cursava Jornalismo na UFCA em Juazeiro.

Já a vítima cursava Gestão Comercial pela Faculdade Anhanguera e era sócio com sua mãe num comércio em casa na Avenida Leandro Bezerra (Socorro) em Juazeiro. Ele foi agredido ao parar no semáforo da rotatória no Triângulo. Pedro tinha acabado de sair do Budega Cariri, no bairro Lagoa Seca, dirigindo o seu Chevrolet Cruze de cor branca ao lado da namorada a qual presenciou tudo. O mesmo tinha discutido com Raimundo e parece não ter notado que este o perseguira no seu veículo Fiat Punto Sporting.
Na rotatória, desceu do carro, se aproximou e passou a agredir Pedro que desmaiou ao volante do seu veículo. Segundo a equipe médica, os socos causaram parada cardiorrespiratória e a vítima já chegou ao HRC em estado de coma. Depois, o acusado esteve no banco onde trabalhava adotando algumas providências e desapareceu em cuja época Pedro ainda agonizava na UTI do hospital. Não demorou e veio o diagnóstico de morte cerebral quando a família da vítima decidiu pela doação dos órgãos.

O fato é que o coração de Pedro Neto ainda pulsa noutro peito e, ao ser homenageado numa solenidade reunindo familiares de doadores na Pefoce do Cariri, o pai dele emocionou a todos no dia 25 de setembro de 2018. O comerciante Mário Fernandes Bezerra Júnior disse: “Sei que o paciente que recebeu o coração do meu filho mora em Messejana. Gostaria muito de conhecer e encostar no peito dele para ouvir e sentir o coração de Pedro pulsando”. Os rins dele salvaram duas vidas e o paciente que recebeu o fígado teria só duas semanas presumíveis de sobrevivência.

Fonte: Site Miséria

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