Empresa responsável por ‘Buraco Azul’ deve recuperar área degradada, diz autarquia


A pedreira responsável pela área onde fica localizado o Buraco Azul, em Juazeiro do Norte, deve apresentar um plano de recuperação (PRAD) no local degradado, após solicitação da Autarquia Municipal de Meio Ambiente (Amaju). O local, que tem atraído banhistas, contém vestígios de explosivos e a água pode, inclusive, causar câncer.

Conforme explicou Eraldo Olveira, diretor da autarquia, o local deverá permanecer com a entrada proibida. A empresa responsável já recebeu uma requisição da execução do plano de recuperação da área degradada, já que a área deverá ser desativada.

“Os proprietários atenderam nossas recomendações. Colocaram placas, fizeram boletim de ocorrência e vedaram a entrada. Ou seja, é proibido o acesso lá. Em virtude das novas informações de que, mesmo em menor grau, as invasões continuam, os proprietários farão mais um boletim de ocorrência”, disse Eraldo.

Banhistas foram flagrados, neste domingo (19), no local, mesmo após uma placa de “Perigo” ser colocada na entrada na última sexta-feira (17). O grupo flagrado levou, inclusive, câmeras para filmar saltos e mergulhos no local. Contudo, conforme especialistas que visitaram o ponto, a cor da água é originada por componentes químicos presentes em explosivos para explorar rochas de uma mineradora desativada.

“O chamado PRAD é uma obrigação para a desativação. O órgão ambiental tem um Termo de Referência como norteador na feira do Plano. Nele, estão contidas todas as especificações para recuperação da área, o qual envolve movimento de terra, acessos, segurança e possibilidade para uso, sem que o ambiente ofereça risco na utilização a qual pode-se dar como destino”, explicou o diretor da Amaju.

“Em linhas gerais trata -se de uma recuperação pós-extração sem os riscos iminentes para a saúde e utilização do local. É feito através de um estudo técnico por profissional na área de geologia e contém todas as especificações do ambiente e forma de execução para recuperá-lo, devolvendo a natureza como um ativo ambiental, já que antes estava como passivo ambiental em virtude da exploração”, complementou Eraldo.

Água pode causar câncer

A água contaminada com resíduos de explosivos no “Buraco Azul” pode provocar problemas no pâncreas e nos rins dos banhistas, segundo o diretor da Amaju.

De acordo com especialistas que estiveram no “Buraco Azul”, após a realização de testes com a água, foi constatado que os tons azulados e verdes se devem à presença de componentes químicos usados para explorar as rochas. Essas substâncias são prejudiciais à saúde.

Segundo Eraldo Oliveira, a área precisa ser monitorada e liberada com segurança. Para isso, a empresa responsável pelo local precisa apresentar estudos em um relatório de monitoramento ambiental.

“As afecções nos rins, pâncreas e fígado podem ser uma realidade, pois como os metais em geral são cancerígenos, a área precisa ser monitorada e liberada com segurança”, explicou o presidente da Amaju.

Eraldo também explicou que, como se trata de uma mineração em desativação, há riscos de que haja um grande índices de metal pesado, “pois o uso de dinamites carrega resíduos com esse tipo de contaminação.”

“Isso em contato com a água da chuva, a incidência dos raios solares e a percolação por sobre as rochas, eleva o grau de reações químicas e dá a ela aquela coloração.”

Fonte: G1

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