Polícia do Ceará resolveu somente 23% dos homicídios até novembro

Menos de um a cada quatro casos de homicídio ocorridos no Ceará em 2014 foi considerado resolvido pela Polícia. O índice de resolutividade dos crimes de morte no Estado neste ano saltou de 18%, até julho, para 23%, até novembro, de acordo com dados apresentados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
De 4.418 Inquéritos Policiais instaurados, 1.006 foram concluídos e relatados com autoria definida, com ou sem prisões. Outros nove, até o fechamento desta edição, encontravam-se em andamento, com prisões em flagrante, o que eleva o número para 1.015, ou 23% do total.
Em Fortaleza, foram instaurados 1.341 Inquéritos Policiais. Destes, 310 foram concluídos e encaminhados à Justiça. O percentual da Capital ficou em 23,1%, com destaque para a Área Integrada de Segurança (AIS) 3, que engloba bairros como a Aldeota, que obteve resolutividade de 49,7%, concluindo 93 dos seus 187 inquéritos. Já a Região Metropolitana de Fortaleza obteve resultado inferior à média do Estado. Lá, foram 20,4% dos crimes resolvidos. O destaque daquela área é a AIS 9, representada pela cidade de Eusébio. Foram 74 de 175 inquéritos concluídos, com 42,3% de casos resolvidos pela Polícia.
Eficiência
O Interior Sul aparece em segundo entre as quatro regiões territoriais que a SSPDS utiliza para dividir o Estado em termos de resolução dos crimes de mortes violentas. Foram 37,5% dos crimes resolvidos. De 459 Inquéritos Policiais instaurados, A Polícia concluiu 172. O destaque positivo daquela região é a AIS 18, composta por cidades como Tauá. Lá, 60% dos crimes são considerados solucionados. Também vale ressaltar os 52% de conclusão da AIS 16 (Iguatu) e os 38,7% de resolução da AIS 11 (Juazeiro).
Entretanto, o território com maio porcentagem de resolução de homicídios é o Interior Norte. Naquela área, 56,1% dos 451 Inquéritos Policiais estão concluídos, sendo 244 relatados. Somam-se, também, nove inquéritos em andamento com prisões em flagrante.
Na região Norte, a AIS 14 (Crateús) resolveu 89,1% dos crimes. Foram 49 dos 55 inquéritos relatados com autoria definida. A seguir, a AIS 17 (Itapipoca), que resolveu 98 de 143 inquéritos policiais instaurados, aparece com 68,5% dos crimes de morte solucionados.
O diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Ricardo Romagnoli, comemora os números. Segundo ele, há um crescimento na resolução dos crimes. No primeiro semestre, o índice estava em 18%.
“Resolutividade é um processo em que a gente busca trabalhar de forma mais focada, com vistas a alcançar maiores resultados nas investigações de homicídio, o que implica dizer mais investigações concluídas. Nesse sentido, temos evoluído. Nossa resolução tem aumentado de forma crescente nos últimos meses”, afirma o delegado.
Prisões
Romagnoli ressalta, ainda, a quantidade de prisões feitas como ponto positivo das ações desenvolvidas em todo o Estado.
“Um fruto de nosso trabalho é o número de prisões feitas este ano. Temos conseguido manter uma média de aproximadamente 20 a 25 prisões e cumprimentos de mandados de prisão por mês na DHPP. Essa é nossa média dos últimos cinco meses. É uma linha ascendente e constante de crescimento, tanto dos índices de conclusão quanto de prisões”, afirma o diretor da Divisão de Homicídios.
Segundo o delegado, não há distinção, por exemplo, entre caso mais ou menos relevante. Para a Divisão, o importante é solucionar crimes, sejam eles cometidos neste ano ou em 2013.
“Tanto os crimes de grande repercussão, a exemplo do caso do médico que foi morto em um apartamento no bairro Meireles, como o que foi assassinado no calçadão da Avenida Beira-Mar, que conseguimos resolver em menos de 48h, como casos de homicídios praticados há três, quatro anos, de pessoas com menor poder aquisitivo, a gente vem resolvendo”, afirma.
Romagnoli cita prisões de pessoas de alta periculosidade, como Valquíria de Araújo Alves, homicida que já foi a mais procurada do Estado, presa em setembro após denúncias anônimas e investigação policial.
Com informações do Diário do Nordeste

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