Secretário de Cultura do Crato quer o tombamento da localidade de Caldeirão da Santa Cruz

Dedê é secretário de Cultura do Crato
O Secretário de Cultura do Crato, Wilton Dedê, esteve ontem, segunda-feira, 7, na Câmara Municipal, para solicitar junto ao Legislativo cratense um pronunciamento mais enfático acerca do tombamento do Sítio Caldeirão de Santa Cruz, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Segundo Dedê, em 1996, ele, ao lado do cineasta Rosemberg Cariry, iniciou o processo de tombamento, que necessita de uma continuação para que seja realmente efetivado.
No ensejo, o gestor da cultura municipal enalteceu os valores históricos da localidade, bem como as potencialidades turísticas da região. "Nossa cidade tem um potencial incrível de turismo, seja cientifico, cultural, de eventos, ecológico, entre outros. Precisamos trabalhar a questão da infraestrutura para que possamos administrar um bom receptivo", destacou.
Os vereadores demonstraram aceitação ao requerimento do Secretário que irá providenciar uma proposta de texto que será assinada em seguida.
A comunidade religiosa do Caldeirão, liderada pelo beato José Lourenço, descendente de negros alforriados e discípulo de Padre Cícero, ousou desafiar o poder do latifúndio e propor uma sociedade mais justa e humanitária, mas foi brutalmente reprimida pelas forças estaduais da época.
O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, no município do Crato, no Cariri Cearense, era composto por milhares de camponeses e romeiros que viviam na comunidade, trabalhavam coletivamente. Chegou a ter mais de mil moradores e recebeu flagelados da seca de 1932, que assolou o Nordeste.
A organização da comunidade teria incomodado os coronéis, latifundiários e, posteriormente, o governo Getúlio Vargas. Em 1937, acusados de comunistas, eles teriam sido bombardeados pelas forças do Governo Federal e da Polícia Militar do Ceará e enterrados em vala comum.
O episódio pode ter sido o maior massacre da história brasileira, com mais de mil mortos.
O documentário O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto (1985, 96 minutos), de Rosemberg Cariry, conta a história a partir de depoimentos dos remanescentes e dos símbolos da cultura popular.
(Assessoria de Imprensa)


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