Uso da tecnologia aumenta a produção de leite no Cariri

Produção de leite no Cariri conta com o auxílio
da tecnologia. A produção de leite no Cariri apresentou aumento ao longo dos últimos cinco anos. Atualmente, aproximadamente 2% do rebanho bovino do Ceará estão em terras caririenses. Com o auxílio da tecnologia, tanto o fator produtivo quanto qualitativo obtiveram mudanças positivas, contribuindo para melhora nos índices econômicos dos municípios. De todo o Cariri, Mauriti é o maior município produtor de leite, seguido por Brejo Santo, que se destaca com o uso de tecnologia. Se levada em consideração a produtividade por vaca/ano, quem lidera é Farias Brito, com cerca de 1.070 litros por vaca ao ano, seguida por Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato.

O empresário Ricardo Callou, do Sítio Mata, em Barbalha, está no segmento de produção de leite há 15 anos. Como avalia, ao longo dos anos houve evolução, embora devagar por conta das dificuldades de mercado. "A gente tem evoluído, tecnicamente, na produção de leite. Hoje, a gente usa inseminação artificial orientada, pastejo rotacionado, ordenha mecânica em fosso", cita. Com produção diária de 1.200 litros, um projeto está em desenvolvimento para estudar a viabilidade de aumento da produção para 12.500 litros por dia.

"São muitas as variáveis que você tem que cuidar para que tenha uma produção: de sanidade, reprodutiva, de alimentação, de higiene... São muitos cuidados", destaca Ricardo. Na fazenda, além do quadro de funcionários, que vai dos responsáveis pelo aleitamento ao gerente, os empregos diretos e indiretos também alcançam profissionais consultores como veterinários, agrônomos etc. A produção se mantém basicamente a nível local e ajuda a abastecer pequenas fábricas de queijo, doce e laticínios em geral.

De acordo com o professor Marcus Góes, que coordena o curso de Zootecnia do Instituto Federal do Ceará (IFCE)/ Campus Crato, a região desenvolve inúmeras pesquisas voltadas ao segmento. Como exemplo, ele fala das pesquisas na área de nutrição, que buscam alimentos alternativos para os animais. "Atualmente, eu coordeno um grupo de pesquisa que atua na área de produção de ruminantes", exemplifica, ao citar pesquisa que busca analisar a utilização de óleos vegetais da região na produção de leite bovino, como também na de leite caprino, para melhoria na produção e avaliação de índices reprodutivos das fêmeas.

Dentro desse cenário são avaliados alimentos alternativos para produção de leiteiros. "Nós também coordenamos uma pesquisa com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde avaliamos alguns genótipos de milho, sorgo, milheto e girassol para produção de silagem com objetivo final de alimentar rebanhos bovinos, caprinos e ovinos da região", comenta, ao dizer que também avaliam genótipos de plantas forrageiras, com o intuito de subsidiar a melhoria nos índices produtivos na região.

Pesquisas desenvolvidas no Núcleo de Ensino e Extensão em produção de ruminantes, no IFCE, que conta com a colaboração de alunos de Zootecnia e Agropecuária, atuam basicamente em duas linhas: avaliação de plantas forrageiras para produção de silagem e produção de volumoso aqui na região; e na avaliação de alimentos alternativos e ingredientes para ração de ruminantes. Um recente trabalho, por exemplo, avaliou a inclusão do óleo de pequi e óleo de macaúba na ração de vacas leiteiras, onde o óleo de pequi apresentou resultado superior aos demais.

Em relação à tecnologia na produção do leite, o professor relata que, no Cariri como um todo, os produtores já adotam o sistema de ordenha mecânica, que apesar de ser considerada uma tecnologia antiga, melhora bastante os índices produtivos e de qualidade do leite. "Ainda há os cuidados com a higiene na ordenha, que também garantem a saúde da glândula mamária das vacas. Tudo é reflexo de tecnologia que, aos poucos, tem chegado aqui na região sim", enfatiza Marcus.                 (Jornal do Cariri)


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