Cearenses gastam mais com habitação que com alimentação, aponta IBGE


FOTO: CAMILA DE ALMEIDA

Cearenses de todas as classes econômicas têm gastos mais elevados com habitação do que com alimentação, de acordo com pesquisa divulgada na manhã desta sexta-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O valor destinado à habitação corresponde a 36% do orçamento total das pessoas que recebem até R$ 1,9 mil. Para o mesmo grupo, os gastos caem para 27% em relação à alimentação – porcentagem um quarto menor. Os dados foram coletados com mais de 2,8 milhões de famílias entre janeiro de 2017 e o mesmo mês de 2018.

Alfredo Pessoa, professor de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), aponta que esses números são reflexo da “paralisia” das políticas nacionais para habitação popular, como o Minha Casa Minha Vida. “Você tem pouca oferta de imóvel e os preços aumentam. Isso acontece tanto por conta da crise como pela entrada do novo governo”, pontua.

O especialista ainda considera que o fenômeno da urbanização em grandes cidades tem impactado no preço final das moradias. Ele explica que para ter um menor custo com habitação, as pessoas precisam viver cada vez mais longe do local onde trabalham, o que se torna inviável em alguns casos.
Além dos dois tipos de despesa, que se apresentam entre os dois maiores gastos para a maior parte das classes, os valores destinados ao transporte constituem uma parcela significativa no orçamento, tanto para as classes com menor quanto aquelas com maior poder aquisitivo.

O valor médio gasto entre aqueles que ganham entre três e seis salários mínimos, por exemplo, é de R$ 400 para despesas como passagens de transporte público, aquisição de combustível e manutenção do veículo.

EconomizarPor se tratarem de gastos essenciais, a professora de Contabilidade da UFC Danielle Augusto considera que as formas de economizar são particulares para cada forma de consumo. Ela pondera que, em alguns casos, é possível utilizar a bicicleta ou o deslocamento a pé para economizar o valor destinado ao transporte.

A especialista aponta, porém, que esse tipo de alta dos valores não é algo que o consumidor sempre pode contornar diretamente com as atitudes.
“Se uma casa está com aluguel caro, os gastos com mudança para procurar uma residência com menor custo podem representar valores impraticáveis. Em certos casos, ele vai ter que incorporar esse aumento no seu orçamento”, argumenta.                          (O Povo)

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem